Leituras #50: A Hora do Lobisomem, de Stephen King

O rei da literatura de terror atual, Stephen King, sempre consegue prender a atenção do leitor, por mais simples que seja a história. E este é o caso do romance A Hora do Lobisomem, ou assim parece ser, pelo menos a primeira vista. O livro é composto por doze capítulos bastante curtos, cada um deles contando sobre fatos ocorridos em cada um dos meses de um ano em uma pequena cidade americana. Tudo começa em janeiro, quando um homem é atacado em seu carro por uma criatura meio homem, meio lobo. A partir daí, os capítulos seguintes vêm revelando mais sobre os habitantes da pequena cidade onde tal morte ocorreu, além de trazer a quase todo novo capítulo, uma nova morte brutal pelas mãos (ou patas) da criatura. O enredo do livro gira em torno dos ataques da criatura e do mistério sobre quem é o lobisomem.

Tudo começa a ser revelado de forma bem gradativa, de maneira que o mistério referente a qual habitante da cidade é o lobisomem permanece por muitas páginas, apesar de o livro ser bem curto. Aliás, tal fato faz com que a leitura seja bastante dinâmica, pois cada um dos doze capítulos pode ser lido em questão de poucos minutos, o que faz com que o livro todo possa ser devorado em menos de uma hora (ou talvez um pouco mais do que isso, para o leitor que prefira apreciar com calma os detalhes das descrições e as ilustrações).

Inicialmente, o narrador não foca muito em personagem algum, mas simplesmente mostra acontecimentos envolvendo diversos personagens diferentes, todos moradores da mesma cidade onde as mortes ocorrem. Aos poucos, ele começa a revelar mais sobre alguns dos personagens mencionados, como se a escrita fosse uma câmera que começa a filmar a cidade por cima, de longe, mostrando imagens um tanto desfocadas, até se aproximar dos protagonistas e revelá-los à vista do leitor de maneira nítida e focada. A narrativa, que a princípio parece bastante simples, se desenvolve rapidamente, revelando personagens que envolvem o leitor e construindo cenas marcantes que levam a um forte clímax final.

A nova edição nacional, lançada pela Suma de Letras, traz belíssimas ilustrações clássicas que acompanham a narrativa, além de novas ilustrações de artistas nacionais aos quais foi solicitado que ilustrassem sua cena favorita do livro. Além disso, a edição possui um acabamento emborrachado na capa e detalhes em relevo, os quais fazem dela uma peça essencial para leitores de King e bibliófilos ou amantes do horror em geral.

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