“Sirena”: Espetáculo de bailarina visita personagens da mitologia greco-romana

Uma sereia, uma harpia, um fauno e uma medusa. Essas figuras mitológicas são ponto de partida para “Sirena”, mais novo solo de dança da bailarina capixaba Ivna Messina. Dirigido por Alexsandra Bertoli, o espetáculo tem como eixo o hibridismo presente em seres da mitologia greco-romana que são parte humanos e parte animais, mesclando-se ao flamenco – arte a que Ivna se dedica há 22 anos –, à dança contemporânea, ao teatro e a uma trilha sonora especialmente composta para o trabalho, com direção musical de Letícia Malvares.

Entre o flamenco e outras expressões artísticas: Hibridismo como norteador de Sirena

Ivna Messina pesquisa a relação entre o flamenco e outras expressões artísticas. Com esse foco, criou, em 2012, o projeto “Isso não é flamenco”, em que convida outros artistas, de diferentes áreas, para experimentar esse atravessamento de linguagens. Terceiro solo da artista, “Sirena” também segue por essa linha, ainda que seja bem diferente de seus trabalhos anteriores, “Bom sujeito” (2016), com direção de Fernando Marques, e “Pedra” (2018), direção de Carla van den Bergen.

“Eu trago a experiência do corpo flamenco e da lida com esses elementos e gestualidade, que é muito marcada e expressiva com as linhas, o trabalho de mãos, os giros… e essa técnica é utilizada majoritariamente de maneira não tradicional no meu trabalho”, explica Ivna Messina. “O flamenco, portanto, está presente como técnica e matéria, mas ele não é utilizado de maneira tradicional; então, junto a isso, temos também técnicas de dança contemporânea e elementos relacionados ao teatro e à música”, explica a artista.

Em “Sirena”, essa contaminação extrapola o universo da linguagem e aparece na criação de figuras mitológicas híbridas, em imagens sugeridas a partir de elementos característicos do flamenco, que vão sendo ressignificados ao longo dos personagens. Exemplo disso é a bata de cola – que se transforma no rabo da sereia e traz ainda uma sensação de mar, das ondas, das algas –, o mantón de manila (xale) – que se relaciona com as asas de uma harpia e o cabelo da medusa –, ou ainda o sapateado – que remete ao casco do fauno.

Para a diretora Alexsandra Bertoli, todos que participam do núcleo de criação, cada um em sua função, ajudam a tecer sentidos e são estimuladores para a construção do espetáculo, que surgiu de uma proposta pessoal de Ivna.

“A relação da intérprete-criadora com os elementos cênicos, a apropriação, a ressignificação deles, nos ajudando a construir esses outros híbridos que desejamos, gerando esse lugar de constante transformação durante o espetáculo inteiro”, destaca a diretora Alexsandra Bertoli.

SERVIÇO

“Sirena

Espetáculo de dança de Ivna Messina

Temporada: de 14 e 24 de março de 2024 – de quinta a domingo, às 19h

Local: Sesc Copacabana – Sala Multiuso – Rua Domingos Ferreira, 160. Tel.: (21) 2547-0156

Ingressos: R$ 7,50 (credencial plena Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira) e entrada franca (público PCG)

Bilheteria: de terça a sexta, das 9h às 20h | sábados e domingos, das 14h às 20h.

Classificação indicativa: livre. Duração: 50 min. Lotação: Sujeito à lotação.

FICHA TÉCNICA:

Bailarina, coreógrafa e concepção: Ivna Messina

Direção: Alexsandra Bertoli

Direção de arte, operação de som e fotografias: Farley José

Direção e composição musical: Letícia Malvares

Dramaturgismo: Thiara Pagani

Iluminação: Carla van den Bergen

Confecção de figurino e adereços cênicos: Farley José, Clésio Júnior e MiFlamenco Sevilla e BergoñaCerbera

Operação de luz: Daniel Boone

Mixagem e edição de som: Luciano Camara

Flautas: Letícia Malvares

Guitarra flamenca: Luciano Camara

Percussão: Georgia  Camara

Voz e Viola: Luiza Sales

Direção de produção: Ivna Messina

Realização: Isso não é Flamenco / sala Baila!

Apoio: sala Baila!, Cena Escola de Dança

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