Editora francesa cria selo para identificar que livros foram escritos por humanos e não por IA

Com o debate cada vez mais acirrado e as problemáticas em torno da inteligência artificial (IA), a Editora Librinova, da França, em parceria com a empresa de certificação Label Création Humaine, lançada em 2023, comunicou à imprensa a criação de um selo de garantia editorial para certificar que uma obra (escrita, audiovisual ou musical) foi de fato produzida por um cérebro humano.

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Vale lembrar que, recentemente, a japonesa Rie Kudan (Qudan) venceu um prêmio literário no seu país e, ao recebê-lo, revelou que uma pequena parte do seu romance foi escrito com a ajuda do ChatGPT. Esse fato acaba, no entanto, desencadeando vários questionamentos: Quais são os limites éticos? O livro teria um ‘coautor’? É justo ela concorrer com aqueles candidatos que não utilizaram a ferramenta?, e muitos outros.

Akutagawa Prize winner Rie Kudan attends the press conference on January 17, 2024 in Tokyo, Japan. (Photo by The Asahi Shimbun via Getty Images)

Como o setor está em expansão na França, essa preocupação é recorrente e constitui-se como um dos temas centrais da campanha que busca, inclusive, atrair outras editoras. Inicialmente, a partir de janeiro de 2024, esse serviço foi disponibilizado aos autores que publicam pela Editora e manifestaram o interesse em inserir na capa do seu livro o rótulo de identificação, informando que “Este livro foi realmente escrito por um ser humano, e não em poucas horas por uma inteligência artificial”.

A Librinova e a Label Création Humaine estimam que no país existam inúmeros livros autopublicados, principalmente na plataforma Kindle Direct Publishing, da Amazon, que utilizam o software de inteligência artificial generativa (conhecida como o Chat GPT). Como esse tipo de publicação tende a ser em tempo recorde, geralmente, apresentam erros factuais graves, inclusive, já identificados por leitores e parentes de biografados.

Embora a Librinova seja uma das mais produtivas no cenário literário francês, não possui a visibilidade de uma editora tradicional. Os autores pagam para serem publicados, mas recebem uma parte significativa do preço de venda dos livros (70%).

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