Comédias românticas, romances de época, tragédias com lencinho na mão, amores impossíveis, reconciliações improváveis, finais agridoce, casais que se odeiam antes de se amar. O romance já foi contado de todas as formas possíveis — e, mesmo assim, ainda consegue surpreender. Essa lista é para eles. Do épico histórico à comédia caótica, aqui vão 15 romances que talvez você nunca tenha visto — mas deveria.
Amor(es) Verdadeiros (2023)

Baseado no livro de Taylor Jenkins Reid, Amo(res) Verdadeiros parte de uma premissa devastadora: o que acontece quando a vida te obriga a escolher entre dois amores verdadeiros? Philippa Soo interpreta Emma, uma mulher que reconstrói a vida após a morte do marido (Luke Bracey), apenas para descobrir, anos depois, que ele está vivo. Nesse meio-tempo, ela já está noiva de outro homem (Simu Liu), e a volta do passado vira tudo de cabeça para baixo. O filme tem momentos melancólicos e outros surpreendentemente leves, e embora se apoie em um dilema romântico clássico, seu foco maior está em Emma — em como ela muda, em quem ela se torna, e no que significa amar alguém não pelo que ele foi, mas pelo que ele é hoje.
Vidas à Deriva (2018)

Inspirado em uma história real, esse filme une romance e sobrevivência sem apelar para o melodrama fácil. Shailene Woodley e Sam Claflin vivem Tami e Richard, um casal que decide cruzar o oceano em um veleiro — e acaba enfrentando um furacão devastador. A estrutura narrativa intercala passado e presente com precisão emocional, nos mostrando o florescer do amor entre os dois ao mesmo tempo em que acompanhamos sua luta desesperada para sobreviver no mar aberto. É um filme sobre amor no limite, onde gestos pequenos ganham a grandiosidade de quem ainda acredita que amar é, antes de tudo, resistir.
A Jovem Rainha Vitória (2009)

Poucos romances históricos conseguem equilibrar com tanta elegância o drama palaciano e a ternura genuína de um casal real. “A Jovem Rainha Vitória” foca nos primeiros anos de reinado da monarca britânica e na relação com o príncipe Albert — um romance que começou hesitante, mas tornou-se uma das parcerias mais célebres da história europeia. Emily Blunt está impecável no papel-título, e o filme, mais do que contar uma história de amor, faz um elogio à cumplicidade, à amizade dentro do casamento, à ideia (tão esquecida) de que amor também é construção.
Longe Deste Insensato Mundo (2015)

Baseado no romance de Thomas Hardy, esse é o tipo de filme que parece ter sido feito para quem gosta de romances que doem. Longe Deste Insensato Mundo acompanha Bathsheba Everdene (Carey Mulligan), uma mulher independente em pleno século XIX, que herda uma fazenda e atrai a atenção de três pretendentes muito diferentes entre si. Mas o que parece triângulo (ou quadrado) amoroso convencional se transforma num estudo sobre orgulho, liberdade, escolha — e sobre o que, afinal, constitui o amor real. Visualmente deslumbrante e emocionalmente contido, é o tipo de história que demora a passar, mesmo depois dos créditos.
Um Amor, Mil Casamentos (2020)

Uma comédia romântica com espírito de ficção científica leve, Um Amor, Mil Casamentos brinca com a ideia do “e se?” com bom humor e caos. Jack (Sam Claflin) está tentando garantir que o casamento da irmã seja um sucesso, mas entre ex-namoradas, rivais amorosos, comprimidos sedativos e versões paralelas do mesmo dia, as coisas rapidamente saem do controle. O filme usa a repetição de eventos com pequenas variações para explorar como o amor — e o timing — podem depender de fatores absurdamente aleatórios. Não é um clássico do gênero, mas justamente por sua abordagem surpreendente, é divertido e entrega charme e momentos inesperadamente doces.
O Feitiço de Áquila (1985)

Uma história de amor dividida entre o dia e a noite — literalmente. O Feitiço de Áquila é uma fábula medieval com toques de fantasia trágica, onde dois amantes (Rutger Hauer e Michelle Pfeiffer) são amaldiçoados: ele se transforma em lobo ao anoitecer, ela em falcão ao amanhecer. Sempre juntos, mas eternamente separados. É poético, sombrio, cheio de simbolismo, e com trilha sonora absolutamente oitentista (o que pode ser um charme ou um incômodo, dependendo da disposição). Para quem gosta de romances que parecem ter sido escritos sob a luz de velas — e com uma espada na mão.
Emma (1996)

Em uma das adaptações mais elegantes do clássico de Jane Austen, Emma Woodhouse, interpretada por Gwyneth Paltrow, surge com perfeição. Com direção de Douglas McGrath e uma estética romântica que é pura beleza visual, Emma (1996) aposta na doçura e na leveza — o que é particularmente interessante pois, nessa verdadeira comédia romântica do período regencial, a protagonista (que inspirou a Cher Horowitz de “As Patricinhas de Beverly Hills”) é teimosa, manipuladora e um pouco cega para os sentimentos alheios. Mas tudo isso faz parte do charme. O filme acerta ao equilibrar crítica social e romance com humor, e é um perfeito exemplo de como Mr. Knightley (Jeremy Northam) é um dos heróis românticos mais subestimados de Austen.
O Livro do Amor (2022)

O Livro do Amor segue uma longa tradição de comédias românticas de tema literário / editorial. Sam Claflin vive um escritor britânico cujo romance fracassado se torna, inesperadamente e sem explicação aparente, um sucesso estrondoso no México — mas logo descobre que isso só aconteceu porque a tradutora (Verónica Echegui) reescreveu completamente o livro, transformando o drama sem sal em uma história irresistível. O encontro entre os dois é desastroso, o choque cultural é constante, e o sarcasmo dá lugar à ternura de um jeito quase sem aviso. Um filme leve que entrega diversão sincera e uma química maravilhosa entre os protagonistas.
A Princesa Prometida (1987)

Quase um conto de fadas, quase uma paródia, quase uma aventura de capa e espada. A Princesa Prometida é tudo isso junto — e, no centro, um romance de verdade, do tipo “morreria por você” que parece exagerado até se dar conta de que faz todo sentido dentro desse mundo. Buttercup e Westley são o casal clássico que enfrenta todos os obstáculos literais (piratas, duelos, veneno, tortura e ressurreição) para ficar junto. A graça é que o filme sabe exatamente o que está fazendo — e mesmo com toda a ironia e metalinguagem, ainda acredita no poder do “como desejar”. Um romance que ri de si mesmo, mas não sente vergonha de existir.
Amor A Toda Prova (2011)

É raro encontrar uma comédia romântica que consiga equilibrar tantos personagens, tantas histórias e tantos tons — e ainda sair inteira do outro lado. Amor a Toda Prova é exatamente isso. Começa com um divórcio, passa por uma crise de meia-idade, entra num curso intensivo de sedução, tropeça em amores adolescentes não correspondidos, descobre uma conexão familiar inesperada e ainda arruma tempo para falar de redenção, perdão e recomeço. Ryan Gosling e Emma Stone têm a química que o cinema gosta de repetir (e com razão), mas é Steve Carell quem dá ao filme seu coração e sua melancolia. No fim, todo mundo está um pouco perdido — e é exatamente isso que torna esse romance tão verdadeiro.
Simplesmente Acontece (2014)

Um clássico moderno dos filmes de romance, esse filme que é meio drama, meio comédia é universalmente amado em seu gênero. Entre desencontros, decisões erradas e anos passando depressa demais, Simplesmente Acontece constrói, com calma e frustração, o retrato de um amor que demora a se alinhar. Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin) são melhores amigos desde sempre, mas a vida insiste em colocá-los em direções opostas.
Rosie se torna mãe adolescente e decide não contar para Alex, que está indo para a faculdade de seus sonhos em outro país; a partir de então, acompanhamos os protagonistas por mais de uma década de encontros e desencontros, e uma amizade que nunca falha e está sempre tentando chegar no romance – e sempre sendo impedida, por uma razão ou por outra. O filme é cheio de momentos cômicos, mas tem o dom de tocar onde dói: nas oportunidades perdidas, nas mensagens não enviadas, nos silêncios prolongados que mudam tudo. É sobre o amor certo na hora errada — e na esperança teimosa de que uma hora a hora certa chega.
Juventudes Roubadas (2014)

Mais um caso clássico de filme que quase ninguém viu, mas que merecia muito mais atenção. Ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, Juventudes Roubadas (Testament of Youth) se baseia nas memórias reais de Vera Brittain, interpretada com intensidade por Alicia Vikander. A história acompanha sua trajetória como jovem estudante, apaixonada pela literatura e por um colega de escola, em meio à euforia inicial do pré-guerra — até que a realidade brutal do conflito muda tudo ao redor e dentro dela. O romance com Roland Leighton (Kit Harington) é comovente justamente porque não é o foco absoluto: é uma das muitas coisas que a guerra ameaça destruir.
Vivendo na Eternidade (2002)

Com uma fotografia que parece saída de um livro de ilustrações, Vivendo na Eternidade (Tuck Everlasting) é um romance de juventude melancólico e agridoce, daqueles que carregam mais poesia do que paixão. O filme acompanha Winnie (Alexis Bledel), uma adolescente que conhece uma família com um segredo extraordinário: eles não envelhecem. Jesse Tuck, o filho mais novo (Jonathan Jackson), representa a promessa de um amor que pode durar para sempre — literalmente. Mas à medida que o tempo (ou a falta dele) se torna o centro da história, o filme revela-se menos sobre o romance e mais sobre escolhas, consequências, e o valor da própria mortalidade.
Encantada (2007)

À primeira vista, pode parecer estranho colocar um filme da Disney numa lista de romances pouco vistos — mas Encantada, apesar de querido, ainda é subestimado como romance adulto disfarçado de fábula infantil. Amy Adams é um furacão de carisma como Giselle, uma princesa animada que cai (literalmente) no mundo real e encontra-se frente a frente com o cinismo moderno — encarnado em Patrick Dempsey, um advogado divorciado e perfeitamente desiludido. O filme é divertido, metalinguístico, cheio de referências, mas seu charme está mesmo no modo como trata o amor com leveza e ironia, sem jamais deixar de acreditar nele.
Como Eu Era Antes de Você (2016)

Talvez o mais conhecido da lista — mas impossível de ignorar. Um clássico absoluto do gênero, Como Eu Era Antes de Você é um romance que dividiu opiniões, fez audiências chorarem oceanos e levou Emilia Clarke e Sam Claflin ao centro de uma história delicada sobre suicídio, deficiência, escolha e dignidade. Mas por trás das discussões mais sérias que o filme suscitou, o que permanece é a intensidade do laço que se forma entre Lou e Will — ela, cheia de cor e energia; ele, resignado ao silêncio depois de um acidente que o deixou tetraplégico. O filme não tem medo de quebrar corações, e talvez justamente por isso continue sendo tão lembrado. Nem todo amor é fácil. Nem todo final é feliz. Mas alguns filmes sabem exatamente como fazer isso doer da melhor maneira possível.
Leia também: Os 8 melhores poemas de Dores do amor romântico, de Fernanda Young