O Brasil perdeu uma de suas maiores referências da música popular nordestina. Antônio Barros, nome fundamental no forró e na cultura brasileira, faleceu aos 95 anos, deixando um legado inestimável de mais de 700 músicas que atravessaram gerações. Entre seus maiores sucessos estão clássicos como “Bate Coração”, “Procurando Tu”, canções que se tornaram hinos nas rodas de forró do Brasil.
Nascido em 1930, em Queimadas (PB), Antônio Barros teve seu primeiro contato com a música ainda na infância, aprendendo a tocar violão e pandeiro com um parente. Estudou no Grupo Escolar José Tavares, a primeira escola de sua cidade, e, anos depois, migrou para Campina Grande, onde começou a se consolidar no cenário musical. Mais tarde, seguiu para o Rio de Janeiro, levando consigo a riqueza cultural nordestina e difundindo o forró pelo país.
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Sua parceria com Cecéu (Maria Cecília de Melo) foi uma das mais produtivas da música brasileira. Juntos, formaram uma dupla que marcou época, compondo canções gravadas por ícones como Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Alcione, Marinês e Fagner. Suas letras, repletas de humor, amor e críticas sociais, retratavam o cotidiano do povo nordestino com maestria, tornando-se verdadeiros retratos sonoros de uma época.
Nos últimos anos, Antônio Barros enfrentava o Mal de Parkinson e estava internado desde o início de 2024. Em 2021, a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou uma lei que reconheceu sua obra, em parceria com Cecéu, como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A iniciativa, proposta pela então deputada Estela Bezerra, destacou que o casal representava “a própria essência do povo nordestino”.
Antônio Barros deixa um vazio na música brasileira, mas seu nome está gravado na história como um dos grandes compositores populares do século XX, um artista que soube traduzir em versos e melodias a alma do Nordeste.
Vá em paz, mestre! Seu forró nunca morrerá. 🎶🔥
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