5 livros sobre feminismo e negritude indicados pela ativista Simone Nascimento

Simone Nascimento é neta de nordestinos e filha da melhor boleira da Vila Zatt, periferia de Pirituba. Nasceu e cresceu em São Paulo, mas foi através das políticas públicas que seu futuro mudou, por isso está se apresentando candidata à vereadora de São Paulo.

Ela é formada em jornalismo na PUC com o PROUNI e hoje faz mestrado na USP. Como lema de vida, ela sempre diz: “a universidade me formou, mas a minha maior escola política foi na luta dos movimentos sociais.”

Simone fundou o movimento de juventude RUA-Juventude Anticapitalista logo após junho de 2013, foi diretora da União Nacional dos Estudantes – UNE – e lutei para que mais de nós entrassem e permanecessem na universidade. Depois, ingressou nas fileiras do Movimento Negro Unificado – MNU, onde aprende na prática o que é combater o racismo e a extrema-direita. A escolha do Partido Socialismo e Liberdade – PSOL – foi feita também há 10 anos, entendendo o partido como uma ferramenta de encontro dessas pautas.

Para quem quiser votar em Simone Nascimento para vereadora de São Paulo, seu número é 50123! Confira 5 livros indicados por Simone:

Por um Feminismo Afrolatinoamericano – Lelia Gonzalez

 Por um feminismo afro-latino-americano reúne em um só volume um panorama amplo da obra desta pensadora tão múltipla quanto engajada. São textos produzidos durante um período efervescente que compreende quase duas décadas de história ― de 1979 a 1994 ― e que marca os anseios democráticos do Brasil e de outros países da América Latina e do Caribe.

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O genocídio do negro brasileiro – Abdias Nascimento

Ao longo do século passado, prevaleceu a visão de que os descendentes dos africanos se encontravam, no Brasil, numa condição muito mais favorável do que a vivida pelos negros no sul dos Estados Unidos ou na África do Sul do apartheid. Mais do que estabelecida, essa era uma visão oficial: o Brasil seria uma democracia racial, um lugar em que o grande problema do negro era a pobreza e não o preconceito de cor.

Foi contra essa falácia que Abdias Nascimento se insurgiu ao apresentar, no Segundo Festival de Artes e Culturas Negras, em Lagos (Nigéria, 1977), em plena vigência da ditadura militar, um texto combativo, a começar pelo título, demonstrando que a condição dos negros no Brasil não era realmente como aquela nos EUA ou na África, era pior, vítimas que são de um racismo insidioso, de uma política que conduz a um genocídio, para usar o termo do autor, que, ausente das leis e dos discursos políticos, se revela cotidianamente. 

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Leia também: 5 livros indicados por Tallia Sobral, professora e feminista do PSOL de Juiz de Fora

E eu não sou uma mulher? – bell hooks

Clássico da teoria feminista , E eu não sou uma mulher? tornou-se leitura obrigatória para as pessoas interessadas nas questões relacionadas à mulheridade negra e na construção de um mundo sem opressão sexista e racial .

Sojourner Truth , mulher negra que havia sido escravizada e se tornou oradora depois de liberta em 1827, denunciou, em 1851, na Women’s Convention – no discurso que ficou conhecido como “Ain’t I a Woman” – que o ativismo de sufragistas e abolicionistas brancas e ricas excluía mulheres negras e pobres. A partir do discurso de Truth, que dá título ao livro, hooks discute o racismo e sexismo presentes no movimento pelos direitos civis e no feminista , desde o sufrágio até os anos 1970.

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Mulheres, raça e classe – Angela Davis

Mulheres, raça e classe, de Angela Davis, é uma obra fundamental para se entender as nuances das opressões. Começar o livro tratando da escravidão e de seus efeitos, da forma pela qual a mulher negra foi desumanizada, nos dá a dimensão da impossibilidade de se pensar um projeto de nação que desconsidere a centralidade da questão racial, já que as sociedades escravocratas foram fundadas no racismo. 

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Dialética radical do Brasil negro – Clóvis Moura

Este livro foi editado em 1994, num momento em que o Brasil estava intensificando a adesão ao neoliberalismo. Foi muito importante para compreender como as dinâmicas raciais no Brasil estão articuladas com o modelo capitalista e a luta de classes. Retomar essa discussão é uma agenda mais que atual e esse livro tem um papel fundamental no momento em que a luta contra o racismo entra num novo patamar. 

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