‘Semana Cassandra Rios’ em comemoração aos 90 anos da escritora pelo Museu da Diversidade Sexual (MDS)
Cassandra Rios, pseudônimo de Odette Pérez Ríos, completaria 90 anos em outubro e a obra e história da escritora receberá uma série de homenagens. Cassandra foi uma escritora brasileira, escrevia ficção, mistério e principalmente sobre homossexualidade feminina e erotismo, sendo a primeira escritora a tratar do tema, quebrando um grande tabu nacional. Durante o período da Ditadura Militar teve muitos de seus trabalhos censurados.
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“Cassandra Rios incomodou os militares por várias razões. A principal delas é o conteúdo erótico de seus livros, contrário a ‘moral e aos bons costumes’, como se dizia na época”, explica Rodolfo Londero, professor da Universidade Estadual de Londrina.
Entre 1964 a 1985, anos da ditadura, outras três dezenas de livros da escritora seriam proibidos. Mais que o conteúdo erótico e LGBT, era combinação de duas características perigosas aos olhos dos militares que transformaram Cassandra Rios na “escritora maldita”, modo como era chamada pela ditadura: a sua sexualidade – a escritora era assumidamente lésbica – e a sua popularidade.
Homenagem para Cassandra Rios pelo Museu da Diversidade Sexual
Para homenagear sua vida e obra, o Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, promove a “Semana Cassandra Rios”, com uma série de eventos para relembrar e apresentar a escritora ao público, a partir de 08 de outubro.
A programação especial continua no domingo (9), às 14h com o “Sarau e Encontro de Autoras”, que em parceria a Editora PEL, o encontro marcará lançamento do livro “Inesquecível”, de Débora Mestre. O sarau fará uma homenagem à autora Cassandra com a leitura de trechos de sua obra, convidando o público a conhecer melhor a produção da escritora.
Em 15 de outubro, às 14h acontece a “Mesa Cassandra Rios” uma parceria do MDS com o Museu Bajubá. O encontro abordará os 90 anos do nascimento de Cassandra Rios, sua trajetória de Cassandra Rios e a exposição virtual realizada pelo Museu Bajubá. O evento terá a participação especial de Rita Colaço e Kyara Almeida.
Em sinergia com as ações promovidas pelo MDS na “Semana Cassandra Rios”, o Museu apoia eventos de parceiros, como o Museu Bajubá e o Arquivo Lésbico Brasileiro com objetivo de difundir ainda mais informações sobre a Cassandra Rios e seu trabalho.
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O grupo Arquivo Lésbico Brasileiro promove no dia 11 de outubro, às 18h o “90 anos de Cassandra Rios”, na Livraria Tapera Taperá. No debate estarão presentes duas convidadas: Hannah Korich, lésbica, advogada, editora, escritora, diretora e co-roterista do documentário “Cassandra Rios – A safo de perdizes” (2013) e Bárbara Esmenia, atriz do Ybyrá Teatro das Oprimidas, poeta, arte-educadora, LGBTQIA+ e escritora.
Já em 14 de outubro, às 10h, acontece a abertura da exposição virtual “De menina da pastinha a uma das maiores escritoras do Brasil: Cassandra Rio faz 90 anos”, do Museu Bajubá que acontece 14 de outubro, às 10h, evento que conta com o apoio do MDS. A exposição foi planejada e criada para comemorar e celebrar os 90 anos de Cassandra Rios, autora paulistana, descendente de imigrantes espanhóis, nascida em 03 de outubro de 1932, que vendeu mais de um milhão de livros num Brasil com índices alarmantes de analfabetismo.
As inscrições podem ser feitas online no site.
SERVIÇO
Museu da Diversidade Sexual
Endereço: Rua do Arouche, 24 – Estação República do Metrô (Piso Mezanino)
Funcionamento: de terça à sexta-feira, das 10h às 18h.
Arquivo Lésbico Brasileiro — Encontro 90 anos de Cassandra Rios
Endereço: Livraria Tapera Taperá. Av. São Luís, 187 – Centro. Loja 29, 2º andar. São Paulo.
Museu Bajubá — Exposição “De menina da pastinha a uma das maiores escritoras do Brasil: Cassandra Rio faz 90 anos”
Sobre o Museu da Diversidade Sexual
O Museu da Diversidade Sexual (MDS), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, atualmente gerido pelo Instituto Odeon, é um museu que nasce e vive a partir do diálogo com movimentos sociais LGBTQIA+.
Se propõe a discutir a diversidade sexual e tem, em sua trajetória, a luta pela dignidade humana e promoção por direitos, atuando como um aparelho cultural para fins de transformação social.
É uma instituição destinada à memória, arte, cultura, acolhimento, valorização da vida, agenciamento e desenvolvimento de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIA+. Contempla-se no MDS a diversidade