Tradicional jornal Chicago Sun-Times publica lista de livros falsos gerada por IA
O Chicago Sun-Times, jornal dos Estados Unidos, causou polêmica ao publicar uma lista de 15 livros recomendados para o verão no hemisfério Norte. O problema? A maioria das obras não existe, ao contrário, foram inventadas por inteligência artificial (IA), mesmo atribuídas a autores reais e famosos.
Na seção “O Melhor do Verão”, parte de um suplemento promocional de 64 páginas chamado “Heat Index” (ou “Índice de Calor”, em tradução livre), um encarte intitulado “Lista de leitura de verão de 2025”, recomendava títulos como “Tidewater Dreams” (Sonhos de Maré), de Isabel Allende, “The Last Algorithm” (O Último Algorismo), de Andy Weir, e “The Collector’s Piece” (A Peça de Colecionador), de Taylor Jenkins Reid, mas as obras não existem.
O criador da lista, Marco Buscaglia, admitiu ao 404 Media que usou IA para gerar o conteúdo. “Costumo usar IA como apoio, mas sempre verifico o material. Desta vez, não fiz isso e não sei como deixei passar, porque é óbvio. A culpa é 100% minha”, disse, expressando constrangimento.

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Esse tipo de erro é comum em sistemas de IA generativa e é chamado de “alucinação”, quando o modelo produz informações incorretas ou enganosas.
O Chicago Sun-Times emitiu uma nota explicando que a lista foi licenciada de um parceiro de conteúdo nacional e incluída sem a devida verificação:
“O suplemento de verão ‘Heat Index’ foi criado por um criador de conteúdo freelancer que utilizou IA no desenvolvimento de sua história, sem divulgar o uso de IA. Estamos encerrando nosso relacionamento com esse indivíduo. Lamentamos o incidente e estamos trabalhando com os poucos parceiros editoriais que adquiriram este suplemento”, afirmou o jornal, prometendo mais transparência no futuro.
O caso reforça os riscos do uso indiscriminado de IA, especialmente em veículos de comunicação, onde é preciso ética e responsabilidade com o conteúdo veiculado.