“Querida Manu,” de Bruna Pinhati, revela os bastidores da maternidade fake e a ilusão da vida online

Com a peça “Querida Manu, , publicada pela Editora M.inimalismos, a paulistana Bruna Pinhati mergulha no universo das redes sociais. A trama gira em torno de Elisa, uma influenciadora digital que vê seu número de seguidores disparar após anunciar uma gravidez — que, na verdade, é mentira. Entre postagens cuidadosamente encenadas, contratos publicitários e a pressão por visibilidade, a personagem encarna os dilemas contemporâneos da exposição online e da maternidade como produto de consumo.

O texto nasceu de um incômodo real: Bruna se deu conta de que acompanhava a vida de desconhecidos como se fossem íntimos. A partir daí, passou a se questionar sobre o que é real e o que é encenação no mundo digital. A peça foi escrita durante o período em que a autora viveu em Berlim, onde atuou na plataforma de artistas Cena Berlim. O processo de escrita levou cerca de um ano, com várias versões descartadas até chegar ao texto final.

Com linguagem direta, estrutura em três atos e foco no subtexto, a peça dialoga com temas como autenticidade, manipulação emocional e cultura do espetáculo. Bruna, que é formanda em Artes Cênicas pela UNESP, integrou o Núcleo de Dramaturgia Feminista e teve textos apresentados em festivais como as Satyrianas (2018) e o Teatro Pequeno Ato (2019). Desde 2020, também escreve roteiros audiovisuais.

Leia també: 5 motivos para ver A Filha Perdida, filme baseado no livro de Elena Ferrante

As referências da autora vão de Elena Ferrante e Clarice Lispector a figuras da cultura pop como Amy Winehouse, Britney Spears e os reality shows das Kardashians. Vozes digitais como Maria Bopp, André Dahmer e Manuela Xavier também contribuíram para a construção do universo da peça.

Atualmente, Bruna trabalha em um roteiro de filme musical em parceria com um bailarino brasileiro residente em Berlim e desenvolve sua próxima peça, que abordará as complexas relações entre professor e aluna no meio teatral.

Compre o livro aqui!

Related posts

Antonio Arruda cruza gêneros, entre ficção e autobiografia, e disseca dores íntimas em “O corte que desafia a lâmina”

“Sol abrasador prepara solo fértil”: obra de contos de Myriam Scotti revela a Amazônia além dos estereótipos  

Por que os livros estão virando inimigos dos Estados Unidos? Veja a lista dos perseguidos