O mercado editorial brasileiro tem, cada vez mais, oferecido possibilidades de leituras de qualidade no gênero de terror e ficção científica. Claro que ainda não somos grandes expoentes do gênero, mas certamente já há produções brasileiras de qualidade suficientes para que esta lista possa existir.
Na verdade, a lista foi elaborada por um site estrangeiro, o TOR, um site dedicado ao mundo do terror, da fantasia e da ficção científica – o que, por si só, já mostra que o Brasil tem força para ganhar espaço neste mercado nacional e internacionalmente.
O site selecionou 12 livros brasileiros que são classificados como “must read”, ou seja, livros que têm que estar na lista de leituras dos amantes do gênero. São 2 livros de fantasia, Confira:
1- A Rainha do Ignoto —Emília Freitas (1899)
‘A Rainha do Ignoto’ – romance psicológico, que agora ganha nova edição, foi publicado pela primeira vez em 1899. Discorrendo sobre temas relacionados à alma feminina e à situação das mulheres na sociedade patriarcal, o romance revela uma sociedade secreta de mulheres, hierarquicamente organizada em uma ilha, denominada Ilha do Nevoeiro, governada por uma Rainha que recrutava mulheres a partir do sofrimento vivenciado por elas no cotidiano. ‘A Rainha do Ignoto’ é uma curiosa narrativa que, lembrando velhas lendas, recria num clima de mistério a beleza dos contos europeus. O grande interesse do livro está na criação de uma utópica comunidade de mulheres, uma comunidade perfeita, a das chamadas. paladinas que só fazem o bem e só buscam ajudar aos perseguidos.
2- A Ordem Vermelha —Felipe Castilho (2017)
A última região habitada do mundo, Untherak, é povoada por humanos, anões e gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Nela, a deusa Una reina soberana, lembrando a todos a missão maior de suas vidas: servir a Ela sem questionamentos. No entanto, um pequeno grupo de rebeldes, liderado por uma figura misteriosa, está disposto a tudo para tirá-la do trono.
Com essa fagulha de esperança, mais indivíduos se unem à causa e mostram a Una que seus dias talvez estejam contados. Um grupo instável e heterogêneo que precisará resolver suas diferenças a fim não só de desvendar os segredos de Untherak, mas também enfrentar seu mais terrível guardião, o General Proghon, e preparar-se para a possibilidade de um futuro totalmente desconhecido. Se uma deusa cai, o que vem depois?
Ordem Vermelha: Filhos da Degradação é o preâmbulo da jornada de quatro improváveis heróis lutando pela liberdade de um povo, um épico sobre resistir à opressão, sobre lutar contra o status quo e construir bravamente o próprio destino. Porta de entrada para um novo mundo com inspirações de fantasia medieval, personagens marcantes e uma narrativa que salta das páginas a cada vila, ruela e beco de Untherak. O primeiro livro de fantasia que a editora Intrínseca lança em parceria com a CCXP – Comic Con Experience, escrito por Felipe Castilho em cocriação com Rodrigo Bastos Didier e Victor Hugo Sousa.
3- Trilogia Padrões de Contato —Jorge Luiz Calife (1985)
Século XXV. A humanidade controla a natureza e vive uma era de hedonismo e tranqüilidade econômica e social. Empreiteiros espaciais disputam megaprojetos de ultratecnologia, dividindo o Sistema Solar entre seus interesses. Residências aéreas dão forma a uma vida paradisíaca nos céus da Terra. Golfinhos mantêm contato telepático com uma inteligência galáctica de bilhões de anos, a Tríade, guardiã da segurança da humanidade. Mas tudo começa a mudar com a chegada do Batedor, sonda de uma civilização distante que oferece testemunho de que o destino da humanidade está entre as estrelas.
Século XXVI. A humanidade tenta encontrar saídas para a colonização estelar. Tensões aumentam entre os que desejam manter a pureza do corpo humano, os que querem a fusão com a máquina, e os que buscam a simbiose com organismos geneticamente manipulados. Baleias trabalham na construção civil em Europa, a lua de Júpiter, e jovens simbiontes conseguem flutuar no vácuo sem trajes espaciais. Mas um problema de preservação ambiental pode limitar a construção de um novo porto espacial de grande importância para a Terra.
Século XXVIII. A ultratecnologia trouxe a felicidade? Não para um grupo de transcendentalistas que enviam apelos ao espaço com radiotelescópios. Para eles, a Tríade tem a solução – a fusão de mentes individuais a uma matriz cristalina, unindo a espécie humana à sua consciência coletiva.
Assim Jorge Luiz Calife constrói a sua história do futuro. O fio condutor é Angela Duncan, mulher tornada imortal pela Tríade. A saga avança com a descoberta de uma nave de gerações tripulada por brasileiros e vítima de uma cruel ditadura militar, com uma guerra contra parasitas espaciais, e jornadas por um buraco negro até o passado da Terra, e a resolução do mistério da Tríade.
4- Fábulas do Tempo e da Eternidade —Cristina Lasaitis (2008)
Coletânea de doze contos cujas temáticas variadas giram em torno dos mesmos ponteiros entremeados por um sutil, quase fantasioso tique-taque. Uma obra para a eternidade e um tributo às horas.
5- A Guardiã da Memória—Gerson Lodi-Ribeiro (2011)
Pode uma mulher se apaixonar por um centauro, criatura de uma estirpe tradicionalmente inimiga dos humanóides, especialmente os terrícolas? Uma surpreendente história de amor regada a sensualidade e aventura, A Guardiã da Memória, do veterano autor Gerson Lodi-Ribeiro, traz enfim a maturidade da ficção científica erótica brasileira. Em Ahapooka, o Mundo-sem-Volta, descendentes de náufragos de inúmeras espécies inteligentes erigiram culturas mestiças e vigorosas ao longo dos milênios numa tentativa de recriar as glórias de suas civilizações ancestrais. A maioria das culturas alienígenas de Ahapooka discrimina os humanos pela crença da evolução das espécies de forma espontânea, sem auxílio de promotores alienígenas. Para tentar reverter essa situação, a operativa humana Clara — heroína da premiada noveleta “A Filha do Predador” — é enviada para uma missão secreta no Império. Quando os planos da Nação Humana não saem como o esperado, Clara é obrigada a fugir às pressas a bordo de um navio tripulado por alienígenas anfíbias em companhia de um centauro. Isolada com ele por meses a fio, a amizade que a humana nutre pelo alienígena se transforma em algo mais.
6- O Esplendor —Alexey Dodsworth Magnavita (2016)
Livro vencedor do Prêmio Argos 2017 de Literatura Fantástica na categoria “melhor romance”.
Aphriké é o nome de um planeta fadado à luz interminável. Um planeta considerado o único do universo, e habitado por uma raça telepática que desconhece o sono, o sonho e a privacidade. Convictos da eternidade de seu mundo, os aphrikeianos não desconfiam que tudo foi criado por R’av, um ser com poderes cósmicos e obcecado pela ideia de perfeição.
Mas mesmo um deus pode errar. Sobretudo se for um deus aprendiz e que desconhece o que realmente é.
Aprisionados a uma maldição alardeada por bárbaros liderados pela feroz Lah-Ura, os aphrikeianos nem desconfiam que seu paraíso está prestes a ser arruinado. Até que nasce uma aberração: um menino capaz de dormir. Uma pessoa capaz de, através dos sonhos, entrar em contato com Outromundo, um planeta como Aphriké, mas iluminado por um único sol amarelo. Considerado deficiente, este menino precisará se unir à letal Lah-Ura para, juntos, revelarem a verdade oculta da criação de Aphriké. Uma verdade que a luz esconde, mas que a escuridão revelará.
‘O esplendor’ é um romance imaginativo e envolvente de Alexey Dodsworth. Quando a luz oculta a verdade, só um mergulho aos sonhos pode iluminar o mundo que nunca se apaga.
7- Santa Clara Poltergeist—Fausto Fawcett (1990)
Surgido na Década de 1980, no Contexto Social e Tecnológico Norte-americano, o Cyberpunk é um Gênero da Ficção Científica que Representa um Futuro Próximo Distópico, Onde Corporações Multinacionais Governam um Mundo Povoado por Cyborgs, Tecno-marginais e Drogas. a Recepção do Gênero Cyberpunk na Literatura Brasileira Apresenta-se Como Problema Pertinente para Uma Análise Aprofundada, Principalmente no que Tange Às Distinções Entre a Produção Norte-americana e a Brasileira. Cyberpunk na Literatura Brasileira é Santa Clara Poltergeist.
8- Os dias da Peste —Fábio Fernandes (2009)
Cada segundo passado nos torna mais dependentes da Tecnologia. Hoje ela ainda necessita de nossa interação para seguir seu desenvolvimento. Mas cada vez menos essa afirmativa é exata. Haverá um ponto de mudança. Um avanço natural. A História Humana nos ensinou isso em séculos de progresso tecnológico. E a história da evolução digital vem sendo escrita entre o ontem e o amanhã.
Atualmente convergimos para o ponto onde a tecnologia se tornou tão comum em nosso cotidiano que não a percebemos mais. Celulares, palmtops, realidade virtual, tablets, implantes, wireless, videogames e nano máquinas já são corriqueiros. Somos atendidos por máquinas, nos comunicamos através delas, permitimos que digitalizem nossas vidas em arquivos… Conversamos com elas. O tempo em que será impossível nos separarmos dos computadores está cada vez mais imediato.
E se um dia fosse necessário nos afastarmos de todo conforto tecnológico que nos cerca? Se precisássemos nos desconectar de toda a praticidade da evolução digital? Caso a sua vida, como você a conhece hoje, dependa de um total afastamento da informação, o que você faria? Se estivéssemos vivendo Os Dias da Peste moderna?
Você conseguiria puxar a tomada?
9- Sétimo —André Vianco (2002)
Um vampiro desperto depois de quinhentos anos abre os olhos numa terra estranha, nova e cheia de sangue. Sétimo decide fazer do Brasil seu novo lar, para tanto terá de formar um verdadeiro exército de vampiros para demarcar seu território, exibir seu poder e dar combate aos caçadores. Elege um vampiro recém-criado para servir-lhe de guia, general e pupilo. Em sua sede por sangue e conquistas, ao autoproclamar-se a criatura mais poderosa da Terra, Sétimo atrai além de vampiros, um sem número de inimigos deste e do outro mundo. Estes inimigos despenderão esforço sobre-humano, empregando, além de armas carregadas com balas de prata, dentes pontiagudos e poderes paranormais. O espetáculo mais bizarro da terra não pode parar.
10- Dias Perfeitos —Raphael Montes (2014)
Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina.
Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável.
A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.
11- Bile Negra —Oscar Nestarez (2017)
O que acontece quando perdemos as rédeas de nossa própria mente?
Uma pandemia se espalha por bairros, cidades e países. Sorrateira, é causada por uma perigosa substância, que age como um verme que fatalmente conquista a vida do hospedeiro. E Vex, um jovem tradutor, precisa recrutar todas as suas forças para conter esse avanço.
Com origem na Teoria Humoral segundo a qual o bom funcionamento de corpos e mentes depende do equilíbrio entre humores, o romance explora o excesso do mais saturnino deles: a bile negra, ou melancolia – do grego mélas (negro) e cholé (bile).
12- Mistério de Deus —Roberto Causo (2017)
Após a publicação de Anjo de Dor — romance finalista do Projeto Nascente, da Universidade de São Paulo, que lhe rendeu comparação com Stephen King —, Roberto Causo retorna ao gênero do horror com Mistério de Deus, uma exploração épica do encontro da violência urbana brasileira com o terror sobrenatural.
Ambientado em 1991, momento da história do país marcado por crise econômica e discussões do impeachment do Presidente da República, com denúncias de corrupção em larga escala no executivo e de violência descontrolada nas ruas das grandes cidades, Mistério de Deus mergulha nessa estranha circularidade para ecoar as dores do presente de um país assombrado pelas mazelas do atraso social.
Em uma pequena cidade, pistoleiros motorizados fazem vítimas na camada mais baixa da sociedade — pequenos criminosos, indigentes, prostitutas… Os assassinos vêm em um carro preto, matam impunemente e levam os corpos com eles. Como no Brasil de hoje, as autoridades não se empenham na resolução dos crimes, como se essas vidas não tivessem importância.
Mas um grupo de jovens, eles mesmos sentindo-se à margem, unem-se e buscam os meios para enfrentar os matadores — incluindo armas de fogo e um carro que precisa ser tão veloz quanto o dos pistoleiros.
O lutador e ex-presidiário Alexandre Agnelli, a relutante vidente Soraia Batista, o leão-de-chácara e corredor de rua João Serra, e o jovem policial militar Josué Machado recusam-se a ficar no lugar em que a sociedade os quer. Mas não sabem que a linha de chegada da corrida de morte em que se meteram lhes reserva o confronto com uma ameaça vinda de uma dimensão além do imaginável.
Uma criatura sobrenatural que escraviza almas e exige uma quota de sacrifícios humanos, para então estender o seu poder entre os vivos…
Sinopses: www.skoob.com.br