Há dois anos, conheci um jovem que descobriu uma série de cartas escritas pelo avô e guardadas em uma gaveta que ninguém nunca tinha tido curiosidade de saber do que se tratava. Quem sabe o que faz um idoso em suas horas solitárias? Quem sabe, escreve e guarda diários?
É assim que é possível preservar tantas histórias colhidas e vividas durante toda uma vida. Escrever e guardar diários de sua própria vida desde a adolescência é um modo maravilhoso de levar para si e para os mais jovens o mundo visto por nossos olhos.
Sr. João dos Santos, de 98 anos, registrou suas memórias sobre seu trabalho como motorista em empresas de ônibus e a lida cotidiana na fazenda com seu pai, em páginas de diários que escreveu desde a adolescência.
São milhares de páginas em mais de 80 cadernos que registram momentos da vida do Sr. João, que vão além do trabalho e das experiências rotineiras. Nos diários ele também guarda o amor à esposa:
“Glória, estou sempre com o pensamento em você. Olho para o quarto e não te vejo. Olho para a copa e não te vejo. Olho para a cozinha e não te vejo. Você está no céu com Deus.
Hoje, com as mãos já fragilizadas por conta da idade, ele ainda faz anotações em seus cadernos, que estão sempre por perto e serão preenchidos de afeto e de memórias enquanto ele estiver vivo. Segundo ele:
“Faltam dois anos para eu chegar nos 100. Enquanto eu tiver vivo, vou continuar anotando”
Escrever diários é uma forma de se manter vivo, mesmo depois que os nossos dias se encerrem sobre esta terra. Você já pensou em uma forma de registrar sua passagem por esse mundo? Que tal começar hoje mesmo a escrever diários?