Com imagem de enchente no RS, brasileiro é um dos finalistas de prêmio internacional de fotografia

O fotógrafo gaúcho Gerson Turelly é um dos 25 finalistas do prêmio internacional “Standard Chartered Weather Photographer of the Year 2024”, um dos concursos de fotografia climática e meteorológica mais prestigiados do mundo.

Ele concorre com a imagem “Rowing”, que mostra um brigadista remando num caiaque numa rua completamente inundada no centro de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul (RS).

A captura da cena foi feita no dia 6 de maio de 2024, na pior tragédia da história do RS, superando a marca da enchente registrada em 1941. Ao todo, mais de 470 das 497 cidades foram prejudicadas pelas chuvas de alguma forma, provocando a morte de mais de 180 pessoas e deixando outras inúmeras feridas e desalojadas.

Leia também: O Beijo da Vida (1967): a fotografia que registrou a salvação de um amigo

A premiação reúne as melhores fotografias do mundo sobre clima e meio ambiente. Além de ser um registro histórico, o objetivo da competição é ampliar a conscientização sobre os problemas ambientais do planeta. A lista dos selecionados, feita por um conjunto de jurados, foi publicada no site da Royal Meteorological Society.

“Os participantes deste ano destacaram as regiões do mundo que enfrentam os piores impactos das mudanças climáticas, mas também trazem para casa a mensagem que as mudanças climáticas estão afetando os padrões climáticos de climas mais temperados e de sociedades mais confortáveis”, destacou Liz Bentley, presidente-executiva da Royal Meteorological Society.

Em entrevista, o fotógrafo relatou que ficou surpreso com o reconhecimento e contou como ocorreu o registro da foto: “Fui andando numa parte mais alta do centro da cidade e pude tirar a foto do brigadista. Não tinha chuva naquele dia”. Ele observou que o jovem no caiaque estava indo em direção às áreas mais afetadas para ajudar no resgate de pessoas. Isso também aconteceu em outras ruas que contou com o auxílio de vários voluntários e brigadistas. Formado em administração de empresas, Gerson Turelly é fotógrafo profissional há 22 anos e professor de fotografia do Fotoclube Porto-alegrense.

No site, a descrição da imagem ressalta que: “A composição e a iluminação da foto foram elogiadas pelo painel de jurados, assim como a poderosa combinação de impactos climáticos e de tempo retratados na cena. […] Os jurados comentaram como a imagem mostra ‘passado, presente e futuro’; inundações sempre foram algo com o qual precisamos lidar e nos adaptar, no entanto, à medida que as mudanças climáticas aumentam a intensidade de chuvas pesadas, as inundações se tornarão ainda mais comuns.”

A votação para a escolha da melhor fotografia é aberta ao público no site do concurso até o dia 17 de outubro. A obra vencedora será conhecida no dia 30 de outubro. VOTE AQUI

Conheça outras fotografias finalistas:

A foto da americana Lesley Hellgeth mostra a influência da poeira vinda do Saara em Atenas em abril de 2023. Uma área de baixa pressão na Líbia provocou fortes ventos que transportam a poeira do norte da África para a Grécia. — Foto: Lesley Hellgeth
A fotografia ‘Frozen Shadows’, de Yevhen Samuchenko, mostra quatro pessoas andando sobre um mar congelado na Ucrânia. A região, ao norte do Mar Negro, congela regularmente porque é alimentada por água doce dos rios Don, Danúbio e Dnieper, isso ocorre a uma temperatura mais alta do que a da água salgada. — Foto: Yevhen Samuchenko
O fotógrafo iraniano Majid Hojati mostra a seca no Lago Urmia, no Irã, que já foi o segundo maior lago de água salgada do mundo. Uma série de secas severas e prolongadas, juntamente com a extração de água pelo homem, fez com que os níveis do lago caíssem drasticamente. — Foto: Majid Hojati
O registro do fotógrafo chinês Shengyu Li em Genhe, um dos locais mais frios do país, mostra halos solares. Um halo solar é um anel de luz ao redor do sol. No ar frio, vapor de água congela diretamente em pequenas partículas para formar os cristais de gelo que refratam a luz do sol. — Foto: Shengyu Li
Zaw Zaw Wai, de Mianmar, registrou família tingindo tecidos de algodão sobre o solo extremamente seco da região. Secas são comuns na Zona Seca de Mianmar, onde grande parte do algodão do país é cultivado. — Foto: Zaw Zaw Wai
A fotografia ‘Nature and Boat’, tirada no Mar de Andaman, na costa de Mianmar, mostra a aproximação de uma tempestade. Um barco de pesca solitário na imagem navega na ainda calma água turquesa da região. — Foto: Htet Phyo Wai
O registro do fotógrafo Md Shafiul Islam mostra os efeitos da seca e da interferência humana no fluxo do Rio Testa, que flui pela Índia e Bangladesh. Apesar dos baixos níveis de água no local, por conta das mudanças climáticas, o rio leva a inundações e erosão das imagens no período chuvoso. — Foto: Md Shafiul Islam
A foto do britânico Ian Knight mostra uma placa em meio a enchente na cidade de Stafford. O fotógrafo lembra como o Rio Sow costumava inundar com menos frequência e agora já ultrapassou os níveis máximos diversas vezes nos últimos dois anos. — Foto: Ian Knight
A foto dos brigadistas registradas por Patrick Ryan mostra o impacto das mudanças climáticas em Cape Town, na África do Sul. As altas temperaturas e redução das chuvas aumentou o número de incêndios na região. — Foto: Patrick Ryan
‘As maravilhas da natureza muitas vezes se revelam inesperadamente’, de acordo com o fotógrafo Aung Chan Thar. O registro tirado a partir de uma montanha enevoada em Kalaw, Mianmar, mostra o sol emergindo emergindo por entre a névoa e iluminando a copa das árvores. — Foto: Aung Chan Thar

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