Três Mulheres Altas é uma peça que consagrou Edward Albee com seu terceiro Prêmio Pulitzer. A obra explora a vida de uma mulher idosa que, mediante diálogos entre três personagens, representam diferentes fases de sua existência.
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha, que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B, apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C, é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.

A peça é dividida em dois atos. No Primeiro as três mulheres discutem memórias fragmentadas da vida de “A”, seu casamento infeliz, o relacionamento distante com o filho, a traição do marido e a solidão. O tom oscila entre humor ácido e melancolia, além de apresentar um conflito entre gerações, discutindo o que é ético através da evolução nas gerações. No Segundo Ato, a peça assume um caráter mais surreal. “A” está morrendo, e as três personagens se revelam como a mesma mulher em diferentes idades, confrontando suas ilusões, arrependimentos e a inevitabilidade do tempo. Nesse ato as três versões da protagonista brigam entre si, simbolizando o conflito interno entre o que fomos, somos e seremos. Como em Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, Albee expõe a farsa das relações familiares e a solidão sob a superfície da normalidade.

O elenco é um espetáculo à parte. Formado por Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill temos atuações, que começam tímidas devido à dramaturgia, mas que se desenvolvem brilhantemente durante a peça. Suely Franco com seus 85 anos está gigante em cena, como a personagem central que desenvolve a narrativa no primeiro ato, temos uma agilidade na interpretação e um tempo de comédia perfeito.
Debora Evelyn apresenta uma criação de imagens impecável, sendo possível imaginar cada fala apresentada por ela, ficamos focados em seu texto e sua interpretação. Nathalia Dill consegue nos apresentar toda a vivacidade e certa inocência jovial necessária para a interpretação de C.
A cenografia assinada por Natália Lana em conjunto do desenho de luz de Vilmar Olos, de forma simples, contribuem para o desenvolvimento narrativo e a diferenciação entre atos da peça, deixando claro que estamos falando de planos totalmente diferentes, segmentando a realidade da metaficção. É necessário também destacar a tradução de Gustavo Pinheiro, que adequa o texto muito bem, apresentando uma linguagem coloquial e brasileira, deixando um texto norte-americano muito próximo do Brasil.

A direção Fernando Philbert se mostra extremamente eficiente em organizar as potências em cena que são essas atrizes, junto dos demais elementos como luz, cenário e som, permitindo que a dramaturgia e as atuações sejam as grandes protagonistas do espetáculo.
Três Mulheres Altas consolida-se como um excelente espetáculo, explorando com maestria as complexidades da existência feminina, o peso do tempo e as contradições humanas. Com tradução afiada e uma encenação precisa, o espetáculo não somente homenageia o legado de Albee, mas também ressoa profundamente com o público brasileiro, confirmando-se como um teatro de alta qualidade, tanto na forma quanto no conteúdo. Uma reflexão dolorosa, porém necessária, sobre memória, identidade e a passagem implacável do tempo.
Ficha Técnica:
Texto: Edward Albee
Direção: Fernando Philbert
Elenco: Suely Franco, Deborah Evelyn, Nathalia Dill
Tradução: Gustavo Pinheiro
Direção de Produção: Bruna Dornellas, Wesley Telles
Produtora Executiva: Clarice Coelho
Participação Especial: João Sena
Desenho de Luz: Vilmar Olos
Cenografia: Natália Lana
Trilha Sonora: Maíra Freitas
Figurino e Visagismo: Tiago Ribeiro
Assistência de Direção: João Sena
Fotos: Pino Gomes
Criação da Arte: Nós Comunicação
Vídeos: Stone Art Films
Assistente de Interpretação: Gutenberg Rocha
Cenógrafa Assistente: Marieta Spada
Assistente de Cenografia: Malu Guimarães
Cenotécnico: André Salles e equipe
Costura de Cenário: Nice Tramontin
Produção de Arte: Natália Lana
Efeitos Especiais: Mona Magalhães, Carlos Alberto Nunes
Costura: Ateliê das Meninas
Beleza: Cinthia Rocha
Peruqueira: Emi Sato
Assistentes de Beleza: Deborah Zisman, Blackjess
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli, Renato Fernandes
Gestão de Mídia: R+ Marketing
Motion Design: JL Studio
Marketing Digital: Válvula Marketing
Designer Gráfico: Jhon Lucas Paes, Max Goldner
Mídias Sociais e Marketing Digital: Ismara Cardoso
Gestão de Tráfego: Válvula Marketing
Intérprete de Libras: Karina Zonzini
Coordenação Administrativa: Vianapole Arte e Comunicação
Gestão de Projetos: Deivid Andrade
Assessoria Jurídica: Maia, Benincá & Miranda Advocacia
Assessoria Contábil ES: Gavacon Contabilidade
Assessoria Contábil SP: Real Time Contabilidade
Apresentado por: Ministério da Cultura e Bradesco Seguros
Produção: WB Produções
Realização: WB Entretenimento
Valores dos Ingressos
Sessões de quinta:
Plateia Premium: R$140 (inteira) e R$70 (meia)
Plateia Inferior: R$120 (inteira) e R$60 (meia)
Balcão/Mezanino (ingressos populares): R$39,60 (inteira) e R$19,80 (meia)
Sessões de sexta, sábado e domingo:
Plateia Premium: R$160 (inteira) e R$80 (meia)
Plateia Inferior: R$140 (inteira) e R$70 (meia)
Balcão/Mezanino (ingressos populares): R$39,60 (inteira)e R$19,80 (meia)