Emanuela Anechoum propõe uma ode às raízes culturais marroquinas em Café Tangerinn 

Nos últimos anos, Elena Ferrante provocou uma febre pelo mercado editorial. Parece que essa febre está contagiando novas escritoras e gerando novos escritos na cena italiana. É o caso de  Café Tangerinn, o primeiro romance da escritora italiana Emanuela Anechoum, publicado pela Biblioteca Azul (Globo Livros). É recomendável para os fãs de A redoma de vidro, de Sylvia Plath, e da Tetralogia Napolitana, de Elena Ferrante, o livro explora questões universais como identidade, pertencimento e a complexa relação entre nossas raízes e quem escolhemos ser.

Mina, a protagonista, é uma mulher de 30 anos que deixou a pequena cidade na costa italiana para viver em Londres e perseguir seus sonhos. Embora pareça ter conquistado uma vida perfeita nas redes sociais, ela se sente cada vez mais deslocada. Quando a morte do pai, um imigrante marroquino muçulmano, a obriga a retornar à terra natal, ela reencontra o Café Tangerinn, o bar que ele manteve para sustentar a família e acolher outros imigrantes.

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No reencontro com o passado, Mina revive traumas, confronta memórias dolorosas e começa a reavaliar sua vida. Descobrindo histórias inéditas sobre o pai através dos frequentadores do café, ela se reconecta às suas raízes e, gradualmente, a si mesma.

“Esperamos sabe-se lá o que da vida, esperamos e esperamos e esperamos pelo dia em que faremos ou teremos algo. Mas a vida não é nem fazer nem ter, não é? Você não tem, não faz — você é. E enquanto você for, deve se concentrar em ser feliz, não especial.”

Anechoum apresenta uma obra marcante que retrata as dores e os desafios de viver entre culturas, explorando a vida imigrante, o senso de pertencimento e a busca por identidade. Café Tangerinn consagra a autora como uma das vozes mais promissoras da literatura italiana contemporânea. Um romance imperdível que convida o leitor a refletir sobre o que significa ser.

Quem é Emanuela Anechoum?

Emanuela Anechoum nasceu na Calábria em 1991. Trabalhou por vários anos como editora em Londres e atualmente vive em Roma. Ela escreve para diversos veículos da imprensa italiana e Café Tangerinn é seu livro de estreia.

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