Em 2016, Ana Júlia Ribeiro, na época com 16 anos, protagonizou uma fala na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) como representante dos estudantes que ocupavam escolas do Paraná para derrubar a proposta de reforma do ensino médio do governo de Michel Temer (MDB). A aluna causou incômodo aos deputados ao dizer que eles estavam com as mãos “manchadas com o sangue de Lucas”, em referência à morte de Lucas Araújo da Mota, de 16 anos, durante a ocupação do colégio, em Curitiba. O vídeo viralizou após confrontar os parlamentares no plenário, chegando a ter o microfone cortado pelo então presidente da casa, Ademar Traiano (PSD).
Confira o vídeo:
Aos 22 anos, Ana Júlia vai retornar à ALEP no ano que vem, mas dessa vez como deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Ela será a mais jovem deputada a ocupar o cargo. Dessa forma, tenta avaliar como será o seu ingresso na Assembleia e o comportamento dos futuros colegas: “Espero que tenham amadurecido porque a reação deles não foi de boa convivência. Naquele momento, era um membro da sociedade que estava falando e tive a palavra cortada.”
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Trajetória
Mesmo que a política não estivesse nos seus planos, ela conta que passou a se interessar a partir de movimentos estudantis e depois, mais ativamente, quando participou da campanha em 2018 da candidata do PT ao senado do Paraná. Já, em 2020, candidatou-se para vereadora em Curitiba, e ficou como suplente, chegando a ocupar a vaga em 2022 por alguns meses.
“Demorei a me convencer. Demora muito tempo para conseguir lideranças jovens. Era uma oportunidade que não poderia ser desperdiçada, por isso me convenci a ser candidata a vereadora em 2020. Foram as ocupações e movimento estudantil que me levaram a aceitar isso”, contou Ana Júlia. Uma de suas principais bandeiras é defender a educação pública de qualidade.