A Feira, que aconteceu entre os dias 20 e 24 de outubro na Alemanha, foi alvo de críticas em razão da presença de uma editora dirigida por líder de movimento nacionalista e xenofóbico.
A Feira de Frankfurt, um dos principais eventos literários da Alemanha, esteve no centro de um debate visibilizado por escritoras e escritores que sentiram-se ameaçados com a presença de uma editora dirigida por um líder de um movimento nacionalista e xenofóbico e cancelaram suas participações no evento.
Uma das principais porta-vozes da denúncia contra a presença da Editora Jungeuropa, dirigida por Philip Stein, foi a escritora afro-alemã Jasmina Kuhnke, que estaria na mesa redonda de lançamento do seu livro em um local próximo ao estande da editora de extrema-direita.
Kuhnke, filha de uma croata e de um senegalês, nasceu na Alemanha. O referido movimento nacionalista e xenofóbico no passado já havia pedido a deportação da escritora. Ela também já sofreu ameaças de morte na internet.
Segundo reportagem do jornal O Globo, Kuhnke afirmou que a presença da editora e de ativistas de extrema-direita na Feira seriam uma ameaça pessoal a ela. Além disso, ela criticou o fato de a Feira ter mantido a participação de pessoas que são porta-vozes de discursos e ideologias racistas e discriminatórias.
Ainda segundo a reportagem, outros quatro escritores cancelaram suas participações na Feira após a denúncia de Jasmina Kuhnke: Nikeata Thompson, Annabelle Mandeng, Riccardo Simonetti e Raul Krauthausen.
A direção da Feira argumentou que preza pela “liberdade de expressão” e, por essa razão, não cancelou a presença da Jungeuropa no evento. Já o diretor do Centro Educacional Anne Frank, Meron Mendel, expressou solidariedade à Jasmina Kuhnke e lamentou que pessoas não possam comparecer à Feira por não se sentirem seguras diante da ameaça representada por grupos de extrema-direita.
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