Autora: Dayanne Fernandes
Gênero: Romance e Fantasia
Páginas: 249
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Uma grande história de amor não se faz com apenas uma pessoa. Como diria Cazuza, “amar de verdade, / só se for a dois…”. Acontece que, muitas vezes, o amor mais profundo é aquele que aparece na hora em que em estamos mais focados em outras coisas: no trabalho, nos estudos, nos livros e em um mundo livre e sem amarras. No entanto, de repente, o amor que, à lá Camões, “vem não sei de onde” aparece e muda nossa vida para sempre e quando vamos descobrir, este amor é muito mais antigo do que poderíamos supor. Afinal de contas, o amor não tem tempo: ele é eterno não apenas para o futuro, mas para mudar o passado também. Uma Ilha no Atlântico é uma verdadeira ode a este amor.
Uma Ilha no Atlântico, de Dayanne Fernandes, conta a história Mariana Fragoso, uma solteira convicta e bem sucedida arquiteta de uma grande empresa que, de um dia para o outro, se vê recebendo uma oferta de um trabalho em uma misteriosa ilha situada no Oceano Atlântico. Chegando lá, conhece Théo, um lindo e forte homem, de olhos azuis como o oceano. Logo no primeiro olhar, Mariana se apaixona por ele. E Théo, com a mesma força, retribui este amor.
Este primeiro encontro, é descrito assim:
Levantei meu rosto para desculpar-me novamente, e nossos olhares se cruzaram pela primeira vez. Foi então que eu reencontrei o azul. Aquele azul. O mesmo do oceano, todo ali, dentro daqueles olhos preocupados. Congelei. De repente, eu já não sabia onde era em cima ou embaixo. Fui pega por um vórtice atemporal, ele era o meu centro de gravidade. Era como se eu tivesse acabado de saltar de paradaquedas e o chão desaparecido sob os meus pés. Meu corpo não obedecia a nenhum comando do meu cérebro.
No entanto, uma série de “acidentes” começa a acontecer na ilha: um terremoto, um incêndio em uma vinícola, uma invasão de domicílio. É quando, aos poucos, Mariana começa a descobrir que sua ida para a ilha não fora exatamente uma coincidência; ela havia sido chamada lá por conta de uma história milenar repleta de mistérios que passo a passo vão se desnudando diante de si.
Herman Hesse, em sua obra Demian, aponta que existem dois mundos: um mundo iluminado e outro sombrio. O mundo iluminado é formado pelas coisas boas e bonitas da vida, enquanto que o mundo sombrio é composto de formas e forças destruidoras. Neste sentido, pode-se dizer que Uma Ilha no Atlântico é uma obra do mundo iluminado ou, como prefiro chamar, uma obra solar. Digo solar porque Dayanne Fernandes, de forma muito singela e apaixonada, faz um intenso exercício de colocar luz a cada pequena fresta da história. Cada personagem é tratado com um cuidado profundo, intenso, com seus olhares e personalidades sendo descritos nas minúcias dos gestos. Narrado em primeira pessoa, através da vivência de Mariana, temos a nossas mãos cada pequeno arrepio, desejo, toque, jeito e movimento feito por ela, assim como toda a percepção com que a personagem vê, olha e observa as demais figuras.
E isto absolutamente ilumina a obra. Talvez pela paradisíaca ilha, repleta de suas excentricidades e novidades para o olhar de Mariana, talvez pelo amor que nasce como uma fagulha que incendeia a cabeça da mulher, talvez por conta do mundo mágico que, aos poucos, começa a ser apresentado, a verdade é que Uma Ilha no Atlântico é uma mapa aberto, uma aventura por uma estrada da vida. Uma vida apenas, mas que podia ser a de qualquer um de nós, se o destino nos presenteasse com um bocado de sorte.
Uma coisa interessante a se destacar é que Dayanne ao fazer a opção de deslocar toda a obra para esta misteriosa ilha, foi capaz de retirar todos nós – personagens e leitores – de um lugar de estabilidade frente a vida. Sendo a história contada de um lugar desconhecido, estranho, em que tantas coisas inesperadas tomam a cena, a autora compôs um mundo cujas regras não somos capazes de acessar e, assim como Mariana, nos tornamos submetidos às intempéries do mundo e do acaso.
Apesar disso, a obra navega por águas mansas: o amor de Mariana e Théo desde o começo se mostrou inabalável, antigo, eterno, mesmo com as intromissões de Henrique e Nikai. Como Romeu e Julieta – que aparecem na obra – os dois formam um casal de estruturas sólidas que sobrevivem aos séculos e as tragédias da vida, como se o amor fosse a única face solar das coisas importantes que vivemos na terra. Entretanto, o mais fascinante é que este amor não veio dos céus, mas da garra, da força e da luta de Mariana E Théo, da força de suas escolhas e da capacidade de se dedicar aquilo que acham mais importante.
Uma Ilha no Atlântico é uma história de amor. Com fantasia, sim, mas de amor, com um amor real, que emana de cada célula dos apaixonados e a escrita de Dayanne consegue transmitir esses sentimentos de forma cuidadosa, singela e apaixonada.
Confira o Booktrailer da obra:
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