Três anos após a morte de Dom Philips e Bruno Ferreira, foi publicado o livro Como salvar a Amazônia: Uma busca mortal por respostas (Companhia das Letras, 2025). O livro é resultado das pesquisas realizadas pelos dois ativistas, quando o crime aconteceu.
Como salvar a Amazônia: Uma busca mortal por respostas (2025) é resultado de anos de pesquisa e observação e nele, Philips relata o desmatamento e a ameaça constante aos povos originários, por conta do avanço desmedido do agronegócio.

Na contramão da pressão exercida pelo “agro”, ele fala do convívio com a população originária e como as relações desses povos com a floresta podem salvar o ecossistema.
Por conta do crime, o livro não foi finalizado por Dom Philips, e por isso contou com a escrita dos colegas jornalistas:
- Andrew Fishman;
- Beto Marubo;
- David Davies;
- Eliane Brum;
- Helena Palmquist;
- Jon Lee Anderson;
- Jonathan Watts;
- Rebecca Carter;
- Stuart Grudgings
- Tom Hennigan; e
- Tom Phillips.
O livro e os jornalistas foram homenageados no Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental, em parceria com a Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e a Embaixada Britânica.
O “Agro”não é pop
Entre o período de agosto/2024 a maio/2025, houve um aumento de 9% do desmatamento na Amazônia, agravados pelos incêndios florestais ocorridos entre maio/2024 (500 km2) e maio/2025 (960km2).
As queimadas são associadas principalmente aos fatores climáticos como as severas secas que atingiram a região nos últimos anos e às ações humanas, na promoção de queimadas associadas às atividades agropecuárias e na manutenção de áreas já desmatadas.
Diante deste quadro terrível, a sociedade civil e as autoridades se preocupam com o avanço no Congresso do Projeto de Lei 2159/2021, conhecido como “PL da Devastação”, com uma proposta para flexibilizar regras de licenciamento ambiental.

Sobre o assassinato de Dom Philips e Bruno Pereira
5 de junho de 2022 foi o dia exato em que Dom Phillips e seu companheiro de trabalho, Bruno Pereira, foram assassinados e dados como desaparecidos. Os corpos foram encontrados após um dos cúmplices confessar a participação no crime e o local onde os corpos estavam enterrados.
Segundo relatos da comunidade, Bruno Pereira, indigenista e ativista, sofria ameaças dos garimpeiros e madeireiros da região do Javari, no oeste do estado do Amazonas, local onde sofreu a emboscada.