O Conselho Universitário (Consun) da UFRGS aprovou a concessão do título de Doutor Honoris Causa a Gilberto Gil, reconhecendo sua trajetória artística, política e intelectual, além de sua postura ética em defesa da democracia e da diversidade. A proposta partiu do Departamento de Antropologia e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). A data da cerimônia ainda será definida.
Nascido em Salvador em 1942, Gilberto Gil iniciou sua carreira na década de 1960, integrando o movimento tropicalista ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa e outros. Sua música tornou-se um instrumento de protesto e reflexão durante a ditadura militar, levando-o à prisão e ao exílio em 1968.
O texto destaca ainda a liderança do artista na Tropicália e suas atitudes corajosas na produção de vanguarda no momento mais duro da ditadura civil-militar, que resultou na sua prisão e exílio em 1968.

“Em vez de calar-se, o músico continuou suas atividades nos anos seguintes, denunciando, no exterior, aquilo que se passava no Brasil” sustenta o parecer, que segue abordando a carreira política de Gilberto Gil, como gestor da cultura e administrador público, com destaque para o cargo de ministro da Cultura, no primeiro mandato do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Além de sua vasta discografia (17 LPs e 9 CDs de estúdio, além de gravações ao vivo), Gil destacou-se como gestor cultural. Como ministro da Cultura (2003-2008), criou políticas como o Programa Cultura Viva – Pontos de Cultura e reformulou a Lei Rouanet, promovendo uma visão mais inclusiva da cultura.
Premiado nacional e internacionalmente, Gil recebeu condecorações como a Légion d’honneur (França) e a Ordem do Mérito Cultural (Brasil). Em 2014, durante as comemorações dos 80 anos da UFRGS, realizou uma memorável “aula-espetáculo” no Salão de Atos da universidade.