Anna Dula nasceu em 1923, na Polônia, e tinha 16 anos quando os nazistas invadiram seu país. Um dia, ela soube que seus primos estavam morrendo de fome no Gueto de Varsóvia, então ela decidiu ir para a capital polonesa e contrabandear comida no gueto. Como Anna tinha cabelos loiros e olhos azuis, ela fingiu ser uma polonesa que queria vender comida aos judeus, e os guardas a deixaram entrar. Tudo correu perfeitamente bem, mas no caminho para casa, Anna foi agarrada por um soldado da SS.
O medo em seu rosto a traiu e a SS soube imediatamente que ela era judia.
A punição
A punição por se passar por um não-judeu era a morte, então ela foi levada ao quartel-general da Gestapo e recebeu uma pá para cavar sua própria sepultura. Anna relembrou:
“Comecei a cavar e estava pensando que realmente sentia muito por minha mãe. Ela não queria que eu fosse e eu não dei ouvidos. Ela vai chorar e chorar”.
Incapaz de terminar de cavar sua sepultura antes de escurecer, colocaram ela em uma cela e disse que sua execução esperaria até o dia seguinte. Mas na manhã seguinte, um soldado SS abriu sua cela e disse a Anna que ela poderia ir embora. Mais tarde, ela descobriu que o Conselho Judaico subornou um oficial para salvá-la.

O negócio era: um par de botas pela vida dela. Relembrando aquele suborno, Anna disse:
“Como a vida era barata”.
Anna foi presa posteriormente por não levar documentos de identidade e enviada para Auschwitz, mas sobreviveu ao Holocausto e voltou para casa. Depois, ela descobriu que toda sua família havia sido assassinada pelos nazistas. Em 1961, essa mulher excepcional emigrou para os Estados Unidos e tornou-se professora na Kadimah Academy em Buffalo, Nova York. Anna está agora com 97 anos.
Fonte
2 comentários
Sensacional essa história. Como tantas outras trazidas pelo inteligentíssimo Luiz Ribeiro, seu gato Chicó e toda sua tua do notaterapia. Parabéns!