A Editora Tabla tem como foco a publicação de livros referentes às culturas do Oriente Médio e do Norte da África e seus ecos no Ocidente. Com o objetivo de ressaltar os pontos de contato, percorrendo e construindo pontes culturais, o desejo da editora é apresentar e representar essas culturas de forma autêntica, longe dos estereótipos. Quer saber mais? Siga a editora no instagram e veja a lista que o NotaTerapia separou de 5 livros para conhecer o Oriente Médio
O Arador das àguas de Hoda Barakat
Niqula Mitri, o narrador e protagonista deste romance, é um homem solitário que percorre a cidade de Beirute, devastada pela guerra, recordando as histórias de seu pai e de sua mãe egípcia, sua relação com a amada Chamsa, e vários episódios da história universal que costuram, em sínteses vertiginosas, o seu amor pelos tecidos. Niqula herda do seu pai não apenas uma loja, mas uma espécie de código têxtil, uma lente pela qual ele pode compreender o mundo.
Hoda Barakat construiu, em O arador das águas, uma obra-prima da narrativa que, como um tear, sobrepõe, em distintas cores, tempos, histórias, conhecimentos e memórias. Tudo isso amparado por uma urdidura de intensa força poética.
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Memória para o esquecimento de Mahmud Darwich
A narrativa de Darwich, embora considerada prosa, jamais se inscreve de forma absoluta como tal; traz sempre, como em Da presença da ausência, o tom e a dimensão poéticos dos eventos, das memórias, dos atos triviais, do fato histórico, da vida política. Como em toda a obra de Darwich, trata-se de um texto que apresenta muitas camadas, tanto temporais quanto temáticas.
Em uma dessas camadas, Memória para o esquecimento é uma reflexão sobre a invasão israelense e suas consequências política e histórica. Mas há também as memórias pessoais e as questões que se impõem em meio aos jatos que sobrevoam e às bombas que são despejadas sobre Beirute: qual o significado do exílio? Qual o papel do escritor em tempos de crise e de guerra? Qual amor é possível nesses tempos sombrios?
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Istambul Istambul, Burhan Sonmez
Quatro prisioneiros políticos — um médico, um barbeiro, um estudante e um velho revolucionário — convivem nas celas subterrâneas do centro de tortura de Istambul. Ao longo de dez capítulos, dez dias, eles compartilham histórias e suportam sua condição criando um universo paralelo de fantasia e recordação. Esses quatro homens se alternam na condução da narrativa de cada um dos capítulos, e criam, com episódios, anedotas e confissões, um mosaico de suas biografias. O leitor ganha então intimidade e empatia com esses personagens, descobrindo, pouco a pouco, a história de cada um e o que os levou às masmorras de Istambul.
O tempo da narrativa é dividido entre o tempo subterrâneo e o tempo lá de cima, e, ao longo do romance, o relato se desloca do interior da cela para a superfície, de uma Istambul oculta para uma Istambul de cartão postal. Mas as duas são, afinal, uma única e mesma realidade: há tanto sofrimento na esplendorosa Istambul, quanto nas celas subterrâneas.
Istambul Istambul é uma declaração de amor à cidade, um amor nada cego, muito lúcido, corajoso e sem ilusões.
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Correio noturno, Hoda Barakat
Correio Noturno é um livro contemporâneo na temática e na estrutura. É formado por três partes: cinco cartas iniciais; cinco “ecos”; e uma carta final. São correspondências jamais enviadas, jamais recebidas. São depoimentos que escancaram de forma bela e avassaladora a situação que milhões de pessoas deslocadas de sua terra natal — de algum país do mundo árabe — vivem hoje em dia; pessoas que têm, muitas vezes, sua humanidade roubada, perambulando pelo mundo, em busca de sentido, de salvação, de redenção. Em última instância, Correio noturno fala do desamparo e das consequências sociais e psíquicas desse desamparo.
Hoda Barakat é considerada uma das vozes mais poderosas da literatura contemporânea do Oriente Médio. Em 2000, a autora recebeu a Medalha Naguib Mahfouz de Literatura por O arador das águas, e, em 2019, ganhou o International Prize for Arabic Fiction por Correio noturno.
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Beirute noir, Iman Humaydan
Beirute noir faz parte de uma série concebida por Tim MacLoughlin e Johnny Temple, da editora Akashic Book, de Nova York, e iniciada em 2004 com o livro Brooklyn Noir. A ideia da série é reunir escritores locais que conhecem a fundo a cidade onde vivem, e propor a cada um que escreva um conto noir inédito.
Em Beirute noir, a seleção dos escritores e a organização do volume ficou a cargo da escritora libanesa Iman Humaydan, que certa vez descreveu Beirute como “a cidade que dança sobre suas feridas”. Beirute noir, reúne 15 contos de 14 autores libaneses e um palestino nascido e criado em Beirute, formando um mosaico de perspectivas muito diferentes sobre a mesma Beirute. O rótulo noir também encontra aqui uma diversidade de formas, mas há algo em comum entre essas histórias: todas elas evocam a guerra civil libanesa, um período que durou aproximadamente de 1974 a 1990. Esta coleção de contos é parte de um resgate vibrante e vivo de Beirute.
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