Uma mulher indígena, considerada a parente mais antiga dos pernambucanos, pôde ter seu rosto reconstruído a partir de uma tecnologia de reconstrução facial forense. Ela viveu há 2 mil anos no município de Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco. A partir de seu crânio, a tecnologia pode dar um rosto à mulher, que pertenceu a um grupo nômade e que tinha idade entre 15 e 18 anos.
Segundo Cícero Moraes, um 3D designer que fez a reconstrução, o processo se desenvolve a partir de levantamentos sobre o sexo, a faixa etária e a ancestralidade do indivíduo. “Posteriormente, neste caso, foi feita uma série de fotografias no crânio. Essas fotos foram enviadas para um algoritmo computacional que converteu a sequência em um objeto 3D compatível com o crânio”, explicou ao portal G1.

Com o crânio em 3D, programas de computador definiram a espessura da pele e a posição dos músculos. Projeções desenharam o nariz, os lábios, a posição das orelhas. Pelo processo de escultura digital, o rosto foi modelado e ganhou acabamento.
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O esqueleto da mulher foi um dos 83 esqueletos humanos descobertos entre 1982 e 1987 em Brejo da Madre de Deus. O museu que abriga essa ancestral é o de Arqueologia e Ciências Naturais da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Segundo Roberta Pinto, coordenadora do museu, eles pertenciam a um grupo que tinha algumas características diferentes de outros povos indígenas do continente americano, sendo um pouco mais altos do que as populações antigas das Américas.
Fonte: G1