Os 20 melhores casos da página Português da Depressão

As boas ideias, as melhores mesmo, são sempre as mais simples. A genialidade delas está em saber misturar a sua própria simplicidade para apresentar como o mundo é divertido e, quase sempre, muito mais complexo do que parece. Pelo menos é o que parece ter acontecido no caso de Carolina e Ilmara, graduadas em Letras e criadoras da página Português da DepressãoTodos os dias, a equipe da página posta casos e mais casos de “erros de português” cometidos por pessoas pelas redes sociais da vida e mostram como nosso língua, tão óbvia para alguns, pode ser um obstáculo para outros. A maioria dos casos é engraçadíssimo, mas também nos coloca diante da nossa língua em seu momento mais bruto: no contato com o outro. Sem preconceitos, sem humilhar ninguém, Carolina e Ilmara criaram uma espécie de testemunho de nossa língua em nosso tempo e isto, por mais simples que pareça, é uma ferramenta de mover o mundo, a língua e criar uma zona de contato e afeto entre pessoas.
O NotaTerapia fez uma breve entrevista com Carolina e separou os 20 casos que elas consideram mais emblemáticos na página. Confira:

1- Quando e como surgiu a ideia de criar o Português da Depressão?

Surgiu quando eu, Carolina, percebi que alguns universitários que cruzavam meu caminho cometiam alguns erros bem básicos, alguns erros eram engraçados. Como eu estudava numa universidade federal e o vestibular era um processo difícil, fiquei um pouco incrédula ao ver aqueles universitários, que haviam estudado em boas escolas, cometerem aqueles erros. Comecei a postar na minha timeline para que meus amigos vissem, pois eu sempre comentava sobre isso no meu perfil e eles pediam prints. Aí alguém, não lembro quem, disse que eu deveria criar uma página para colocar meus prints. Foi então que eu criei a página.

2-  Vocês percebem alguma relação com os erros cometidos pelas pessoas e a baixa qualidade do ensino e da educação no Brasil?

Sim, com certeza. Porque os erros não vêm de um grupo apenas. São pessoas de todas as camadas sociais, inclusive, recebemos fotos com erros cometidos em ambientes nos quais devemos utilizar a norma culta. Repartições públicas, hospitais, lojas comerciais muito conhecidas, até mesmo professores. E não nos restringimos a erros ortográficos. Também publicamos erros de concordância, erro de interpretação, figuras de linguagem, etc. Nossos próprios curtidores muitas vezes não conseguem perceber quando somos sarcásticos em uma publicação. Já tentamos criar debates na página, mas nunca deu certo. Já tentamos fazer concursos de redação e o resultado não foi muito bom. Muitos curtidores afirmam que estão aprendendo um pouco com nossa página. Muitas vezes são pessoas novas e que deveriam estar aprendendo ou ter aprendido aquilo em sala de aula.

3- Quantas indicações de postagens vocês recebem por dia, mais ou menos? 

Normalmente por volta de 200 mensagens por dia. Mas o ritmo diminui quando temos feriadões. Às vezes aumenta nas férias. Já chegamos a receber 400 mensagens por dia em determinada época. Agora temos umas 25 mil mensagens esperando resposta.

4- Já aconteceu de alguma vez vocês resolverem não postar alguma indicação mesmo sendo muito boa? Qual o motivo pra isso? 

Sim, algumas vezes. Nós temos critérios que precisam ser seguidos por qualquer moderador da página. Não admitimos preconceitos. Às vezes recebemos um print que é engraçado, mas há uma mensagem preconceituosa bem explícita ou há uma pessoa tentando humilhar outra pessoa. Há um limite entre dar uma resposta engraçada e humilhar alguém gratuitamente.

5- Com o sucesso da página, vocês pretendem criar outros projetos? 

Por enquanto não pretendemos. Dá um trabalhão administrar uma página. Temos que responder mensagens, temos que escolher o que publicar, temos que manter diálogo com os curtidores e ainda precisamos ter uma vida fora das redes sociais. Mas se surgir algo interessante, vamos pensar com carinho.

Confira os 20 casos mais emblemáticos da página:

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Para mais casos, curta a página Português da Depressão. A página foi idealizada por:

Carolina, 28 anos, mora em Recife e utiliza um nome fictício para fugir do FBI. Graduada em história pela UFPE. Dá aulas particulares para não passar, mas não obteve êxito. Por isso, seu passatempo favorito é pedir comida aos seus seguidores.

Ilmara Santos, 23 anos, graduada em pedagogia pela UPE. Nascida e criada em Nazaré da Mata, interior de Pernambuco. Seu passatempo favorito é dormir. Mora com a mãe, 3 sobrinhos e o cachorro Olavo. Capricorniana, fofa, gente boa, 153 cm de altura.



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