Sir Arthur Ignatius Conan Doyle, nascido na Escócia, em 1859, e falecido em 1930, é até hoje conhecido mundialmente por ser o escritor que criou o famoso detetive Sherlock Holmes. Há diversas adaptações de seus livros para o cinema, teatro e séries de TV. Isso sem contar as referências e versões, além de paródias literárias do personagem. Sua obra é um marco na literatura mundial; que além de extensa, trouxe características inovadoras para os escritos de sua época que se refletem até então. O gótico, a ficção científica, o romance policial, a mitologia e o regionalismo, as histórias de mistério, o realismo, tudo isso pode ser encontrado dentro dos livros escritos por esse autor.
Não há como negar: Sherlock Holmes é uma verdadeira lenda. É possível acreditar que na Londres do fim do século XIX e início do século XX realmente existia um sujeito metódico, cheio do TOCs e manias peculiares que desvendava os mistérios por trás dos crimes menos solucionáveis já vistos. O mundo seria um lugar muito mais aborrecido se ele não existisse.
Doyle de fato dominou o segredo de uma boa história bem contada. E o método utilizado por Sherlock pode ser considerado o elemento diferencial de toda a sua obra. Fugindo dos lugares-comuns das investigações cotidianas feitas pela polícia, o detetive chega a soluções a partir da análise dos detalhes e minúcias que passam despercebidos aos olhos desavisados. Em um ensaio, o escritor Carlo Ginzburg (no livro de mesmo nome, Sinais: raízes do paradigma indiciário, Companhia das Letras: 1989) compara o método Sherlockiano ao utilizado por Freud, que, ao observar certos sintomas, pequenas pistas a serem seguidas, chega a resultados reveladores. Ainda no ensaio em questão, esse método, digamos, especial, é também comparado ao do historiador de arte Giovanni Morelli, que era perito em diferenciar pinturas falsas de verdadeiras, também através da análise certos dados considerados marginais.
Assim como o autor do ensaio, é válido para nós lembrar que Freud, Morelli e Doyle eram formados em medicina (o autor, inclusive, foi condecorado sir por servir como médico na Guerra dos Bôeres) e o mecanismo utilizado pelos três é compatível com o de semiótica médica, que possibilita que se chegue ao diagnóstico de doenças a partir da investigação de sintomas menos pungentes.
Impossível dizer que somos fãs de Sherlock Holmes à toa. No mínimo, é um personagem de muita complexidade. E hoje, no dia que seria aniversário do homem que engendrou suas histórias, nada melhor do que ler uma boa obra de detetive.
1- Um estudo em vermelho
“O cadáver de um homem, nenhuma razão para o crime. É a primeira investigação de Sherlock Holmes, que fareja o assassino como um “cão de caça”. Lamentava-se de que “não há mais crimes nem criminosos nos nossos dias”, quando, nesse instante, recebe uma carta a pedir a sua ajuda — o cadáver de um homem foi encontrado numa casa desabitada, mas não há qualquer indício de roubo ou da natureza da morte. Sherlock Holmes não resiste ao apelo, mas sabe que o mérito irá sempre para a Polícia.“
Arthur Conan Doyle, quando ainda não era Sir escreveu um livro que transformaria a sua vida e de muitas pessoas…
Confira a resenha completa em:
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2014/02/10/sherlock-um-estudo-em-vermelho-de-sir-arthur-c-doyle/
2- As memórias de Sherlock Holmes
Um personagem quando ganha mundo – e com isso digo: ganha povo, gente que conheça, fale, pense e reconheça seus passos – se torna parte de uma história. Sua biografia deixa de ser apenas ficcional para coabitar nossa vida comum, nossa memória vivida e nossa existência. É impossível pensar em Portugal, por exemplo, sem pensar nas fabulações de Camões a respeito das grandes navegações. Aliás, as navegações só são grandes por conta de Camões, ouso dizer. O mesmo se dá quando a literatura atravessa uma fronteira e se torna não só referência, vida, mas paradigma para um gênero ou futuro de uma sociedade. É o que acontece com Sherlock Holmes…
Confira a resenha completa em:
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/03/24/as-memorias-de-sherlock-holmes-de-arthur-conan-doyle/
3- O cão dos Baskerville
O cão dos Baskerville (Editora Zahar, Edição definitiva comentada e ilustrada: 2013) não virou um dos primeiros best-sellers do século XX à toa. Considerado por muitos um modelo e talvez o melhor romance policial já escrito, ele narra a aflição de um jovem herdeiro de grande fortuna que acredita viver numa propriedade assombrada pela figura de um enorme cão negro e que vem destruindo os membros de sua família há gerações. Com a morte de um parente próximo pela mesma causa, o jovem chama o detetive Sherlock Holmes e seu fiel escudeiro John Watson para a investigação do caso, buscando solucionar o problema com o animal que o aterroriza há tempos. Entretanto, as coisas mudam de figura quando Holmes e seu ajudante tomam ciência de que uma provável causa da morte do homem teria sido algo completamente diferente. O final é o mais surpreendente possível, mas, para chegar a ele é preciso passar por atmosferas das mais sombrias e situações dessas que fazem o leitor mais corajoso dormir de luz acesa. É deveras um clássico muito bem construído, com viradas de roteiro insuspeitadas e que contribui para a construção de um panorama de literatura de mistério, além de conter referências de estruturas mitológicas bastante interessantes.
Além do livro, uma opção incrivelmente boa não só para os fãs é o episódio The hounds of Baskerville, da série Sherlock, produzida pela BBC One (2010 – 2014). O episódio retrata muito bem a história original e, mesmo se passando nos dias atuais, se mantém fiel à obra de Conan Doyle. O mais importante é que o ar sombrio e a cultura gótica se fazem presentes durante todo o episódio (que pode, aliás, ser assistido como um filme) e fazem o espectador quase sentir a linguagem do escritor britânico.
4- A Terra da Bruma
Quando se fala em algum personagem de Sir Arthur Conan Doyle, o primeiro pensamento é Sherlock Holmes. Inevitável. Dificilmente será algo diferente disso. E mais: muitos pensam que as histórias de Holmes e Watson eram as únicas de Doyle. Ledo engano. A editora Zahar, em mais uma belíssima edição, está lançando Terra da Bruma.
Neste livro, o leitor conhece George Challenger, um professor cético que entra em contato com assuntos paranormais…”
Confira a resenha completa em:
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/02/21/a-terra-da-bruma-de-sir-arthur-conan-doyle/
5- O Vale do Medo
Em O Vale do Medo, último romance deste célebre protagonista, vemos Conan Doyle retomar o formato de dupla narrativa através do qual conhecemos Sherlock e Watson em Um estudo em vermelho. A primeira parte tem início quando uma mensagem cifrada chega às mãos do detetive, sendo ela apenas o primeiro enigma a ser desvendado – Um nome, um lugar e um perigo. Aos já familiarizados ao método dedutivo de Mr. Holmes, não há surpresa quando os códigos transformam-se em palavras no papel, mas o choque vem em seguida, principalmente na face do inspetor MacDonald, que trazia um caso, o mesmo caso, à Backer Street, 221B. Fato absolutamente “Extraordinário!”.
Leia a resenha completa em:
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2016/01/13/o-vale-do-medo-de-arthur-conan-doyle/
6- O Signo dos Quatro
O Signo dos Quatro, de Arthur Conan Doyle, conta a história de uma moça que procura a dupla Holmes e Dr. Watson porque vem recebendo diamantes em seu aniversário e, desta vez, recebeu uma carta de um alguém que quer encontra-la porque “a justiça precisa ser feita” e ela “precisa saber a verdade”. Ela imagina que seja algo ligado a seu pai, até então desconhecido. Assim, Holmes e Watson chegam até uma história de assassinato, envolvendo presos de guerras no oriente, tesouros guardados, perseguições em um rio e fantasias de velho com muitos segredos. Aaah, e também um homem com perna de pau.
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http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/10/06/o-signo-dos-quatro-de-arthur-conan-doyle/
Fonte:
http://indiqueumlivro.literatortura.com/2015/05/21/indique-um-autor-sir-arthur-conan-doyle/