Açúcar de Melancia, de Richard Brautigan, é uma história pós-apocalíptica atípica. O livro se passa em um muito distópico, em que uma espécie de tribo vive em cabanas ao redor do que seria uma cidade chamada euMorte. Narrado em primeira pessoa, acompanhamos este sujeito em suas histórias ao redor desta espécie de vila, suas namoradas, os jantares e as histórias locais. Logo ao lado de euMorte, havia uma espécie de lixão chamado Obras Esquecidas, descrito como um imenso depósito com milhares de quilômetros de coisas jogadas e abandonadas. A cidadela, quase toda construída a base de Açúcar de Melancia, vive um ambiente um tanto quanto pueril, ingênuo, em que não há maus sentimentos, tampouco brigas ou discussões desnecessárias, apenas fragilidades comuns à humanidade. No entanto, isto parece ser intencional da parte de Brautigan: sua escrita quase infanto-juvenil serve como método para exposição de sua parábola e de crítica irônica ao mundo sério dos negócios e do capital.
O NotaTerapia separou as 8 melhores frases da obra. Confira:
O Velho Chuck deve ter tipo uns noventa anos e está bem longe de fazer travessuras, movendo-se na velocidade das décadas.
Não sei se coisas como essas são justas ou não.
Segurei a mão dela. A mão dela tinha muita força por conta da ternura e essa força fazia com que minha mão se sentisse segura, mas também provocava certa excitação.
O coração é uma coisa de louco. Ninguém sabe o que pode acontecer.
Queria passar a noite com Pauline. Eu sabia que ela estaria maravilhosa em seu sono, aguardando pelo meu retorno. E estava.
Mãos são coisas muito especiais, sobretudo depois de fazer amor.
Eu nunca a tinha visto enrubescer antes ou talvez apenas não me lembrasse. Tornou-se um traço dela.
Seu corpo me convidava a dormir como se fosse uma banda de trompetes.
Edição: José Olympio, 2016