O passado é sempre algo a ser descoberto, escavado, encontrado. Nunca está pronto, fechado, mas é sempre uma porta aberta para novas descobertas. Dessa vez, surgiu uma muito especial: uma foto raríssima de Machado de Assis presidindo a ABL foi encontra.
A imagem foi descoberta pelo pesquisador Felipe Rissato que diz ter encontrado o único registro de Machado de Assis presidindo uma sessão da ABL, em 31 de outubro de 1905. A foto foi encontrada em 2016 e veio à tona em alguns jornais, porém ficou esquecida por conta da pouca repercussão, por isso, resolvemos trazê-la de volta.
“Mesmo sendo bastante pesquisado, ainda há muito o que se desvendar sobre ele ”
Felipe Rissato
Pesquisador
Na época, Rissato disse ao G1 que a foto saiu na revista “Leitura para Todos”, publicada em dezembro daquele ano.
Entretanto, a imagem jamais fora recuperada ou mencionada em outros veículos.
“A própria Academia registra como documento iconográfico mais antigo de uma sessão pública a fotografia da sessão realizada em 17 de maio de 1909, já presidida por Rui Barbosa”, disse Rissato.
“A legenda [da revista] auxilia, uma vez que dá a data exata da sessão, sobretudo por ser uma revista contemporânea. Porém, mesmo que muito pouco, é possível divisar a face do bruxo, ensanduichada entre os rostos de Alberto de Oliveira e Silva Ramos”.
Ele justifica citando que a a foto é bem semelhante a outra feita em 1904 (veja abaixo):
A imagem de 1905 faz parte de uma pesquisa iconográfica de Machado de Assis feita por Rissato. “O número 89 da ‘Revista Brasileira’ vai publicar ao todo 38 fotos”, descreve o pesquisador. “Dentre elas, apenas uma é inédita, feita em 1880 pelo fotógrafo Isley Pacheco. E será a primeira vez em que o conjunto estará reunido.”
Essas informações foram publicadas em matéria do G1, que destacou que na edição 87 da “Revista Brasileira”, Rissato já havia divulgado uma crônica até então desconhecida na qual Machado de Assis lamentava a morte de sua mãe. Intitulado “Lembranças de minha mãe”, o texto foi originalmente publicado em 1860 na revista “Revista Luso-Brasileira” e sem assinatura.
