A escritora e publicitária Carla Madeira participou em novembro do podcast de literatura Histórias Diversas conduzido por Francisco Custódio. No bate-papo, a autora comentou sobre o processo criativo e a construção das obras Tudo é rio e Véspera, além de suas leituras recentes. Dos títulos lidos nos últimos 12 meses, ela citou quais premiaria. Confira:
1.Sobre a terra somos belos por um instante, de Ocean Vuong
Sinopse: Sobre a Terra Somos Belos por um Instante é uma carta de um filho para uma mãe que não sabe ler. Escrita quando o narrador, Cachorrinho, está perto dos trinta anos, a carta traz à luz uma história de família que começou antes de ele nascer – uma história cujo epicentro tem suas raízes no Vietnã e que chega a Hartford, no Connecticut – e que serve como porta de entrada para partes da vida dele que a mãe jamais conheceu, tudo levando a uma inesquecível revelação. Testemunho do amor angustiado, porém inegável, entre uma mãe solteira e seu filho, Sobre a Terra Somos Belos um Instante é também uma exploração brutalmente honesta de raça, classe e masculinidade. Fazendo perguntas centrais para o momento americano, imerso no vício, na violência e no trauma, mas sustentado pela ternura e pela compaixão, é um livro sobre o poder de se contar a própria história, e sobre o silêncio aniquilador de não ser ouvido. Com urgência e beleza atordoantes, Ocean Vuong escreve sobre pessoas que se veem entre mundos díspares, questionando como podemos curar e resgatar uns aos outros sem abandonar quem somos. A pergunta sobre como sobreviver, e sobre como fazer disso uma espécie de alegria, é o combustível desse retrato perturbador de uma família, de um primeiro amor, e do poder redentor de contar histórias.
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2. Mau Hábito, de Alana Portero
Sinopse: Narrado a partir de uma voz singular em primeira pessoa, Mau hábito atravessa a adolescência de uma menina que cresce em um corpo que não sabe habitar. Acompanhamos sua busca em compreender a si mesma e ao mundo em que vive, desde a infância, em um bairro operário arrasado pela heroína, nos anos 1980, até as noites clandestinas no centro de Madri, nos anos 1990. Nesta versão errante da jornada do herói, viciados, divas pop e anjos caídos acompanham a protagonista em um itinerário no qual outras mulheres a ajudarão a superar a violência que encontra a cada passo. É uma história fronteiriça e mágica sobre como é viver entre dois mundos e nos tornar quem somos. Mau hábito é um romance cru e feroz, mas também poético e comovente, em que os extremos se tocam para mostrar que o ressentimento e a raiva contra o sistema são justificáveis quando se tenta sobreviver em uma sociedade que rechaça as diferenças.
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3. Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski
Sinopse: Publicado em 1866, Crime e castigo é a obra mais célebre de Fiódor Dostoiévski. Neste livro, Raskólnikov, um jovem estudante, pobre e desesperado, perambula pelas ruas de São Petersburgo até cometer um crime que tentará justificar por uma teoria: grandes homens, como César ou Napoleão, foram assassinos absolvidos pela História. Este ato desencadeia uma narrativa labiríntica que arrasta o leitor por becos, tabernas e pequenos cômodos, povoados de personagens que lutam para preservar sua dignidade contra as várias formas da tirania.
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Ela também respondeu sobre suas leituras atuais: