“Era uma vez: Flamengo” reúne 22 autores em antologia que transforma a paixão rubro-negra em ficção literária
O futebol como expressão da cultura brasileira e o Flamengo como símbolo de identidade e afeto coletivo são os elementos centrais de Era uma vez: Flamengo, coletânea de 22 contos ficcionais. Organizado pelo escritor e pesquisador André Salviano, mestre em Literatura Brasileira pela UFRJ, o livro reúne autores rubro-negros de diversas trajetórias, incluindo romancistas premiados, poetas, jornalistas, cronistas esportivos e acadêmicos que, sob diferentes estilos, transformam o universo do clube em literatura.

Com orelha assinada por Alberto Mussa e quarta capa escrita por Ruy Castro, dois nomes centrais da literatura nacional, a obra transcende o campo esportivo e constrói um mosaico narrativo sobre temas universais como memória, amor, amizade, pertencimento e superação. Entre os autores convidados estão Sérgio Rodrigues, Cecília Giannetti, Jessé Andarilho, Raphael Vidal, Bernardo Buarque de Hollanda e Manu da Cuíca. Cada conto oferece uma perspectiva singular da relação afetiva com o clube rubro-negro, muitas vezes a partir de memórias familiares, experiências no estádio ou reflexões sobre pertencimento e classe social.
“A ideia foi reunir diferentes olhares e estilos para contar histórias ficcionais que tivessem o Flamengo como elemento central, mas que transcendessem o universo esportivo para explorar questões humanas universais”, explica André Salviano, organizador da obra, que também assina um dos contos.
“Não se trata apenas de um livro sobre futebol, mas de uma obra literária que usa a paixão pelo clube como ponto de partida para reflexões mais amplas sobre identidade, pertencimento e memória afetiva, num âmbito que compreende o território nacional – Flamengo tem torcedores em todos os cantos do país, mas especialmente no contexto carioca”, completa.

Os contos revelam uma ampla variedade de estilos narrativos, da recriação de episódios históricos vividos no Maracanã a relatos intimistas sobre laços familiares atravessados pela paixão rubro-negra. Alguns autores revisitam passagens marcantes da trajetória do clube sob lentes ficcionais, enquanto outros mergulham na subjetividade do torcedor, explorando memórias, contradições e afetos que transformam o ato de torcer em um rito de passagem ou em uma forma de resistência cotidiana.
Participam da coletânea também Carlos Eduardo Pereira, Julio Ludemir, Flávio Izhaki, Leonardo Villa-Forte, Marcelo Dunlop, Paula Gicovate, Rodrigo Santos, Jeovanna Vieira, Danielle Schlossarek, Carolina Walliter, Henrique Rodrigues, Marco Antonio Martire, Romulo Narducci, Simone Mota e Tiago Velasco, representando diferentes gêneros, gerações e vertentes da literatura brasileira contemporânea. O prefácio é assinado por Arthur Muhlenberg.