Com prefácio da escritora Lu Ain-Zaila, “A Dáie de Vários Nomes” conta a história de personagem que viaja no tempo com a missão registrar a pandemia de Covid.
Na obra, a personagem Maisha é uma dáie, cargo que, entre as muitas atribuições, lhe dá o incrível privilégio de viajar pelos tempos. Após crescer sozinha na Era do Nada, no século XXV, em Kosso, um ambiente controlado e desolador, ela é recrutada para servir ao Reino de Uró nos anos 3.800, como parte de um plano maior para a manutenção do equilíbrio dos ciclos temporais. E a sua primeira grande missão é registrar uma pandemia que aconteceu no ano de 2020, no Rio de Janeiro. Para realizar a tarefa, ela conta com a ajuda do mukulu, seu software pessoal, e de Sr. Gila, seu novo mentor.
Assumindo diferentes identidades em cada período temporal pelo qual passa, sua nova função promete levá-la a missões e desafios incomparáveis. O maior de todos será encarar a si mesma.
Taslim conta que, para construir a narrativa com linguagem afrofuturista, foi necessário se reconectar com a sua infância, se encontrar “com a pequena garotinha sábia” e cheia de ideias que já se aventurava como contadora de histórias. Por isso, ela conta que a obra é autobiográfica, mas também ficcional. Uma fusão de memórias adaptadas e compartilhadas com o olhar para o futuro desejado.
“Escrever um livro sempre foi um sonho. Não me surpreende que minha criança tenha descoberto isso ainda muito nova. Aos 10 anos, lá estava ela redigindo sua primeira história: ‘O Baú de Todas as Cores’. Apesar de não ter sido publicado, costumo dizer que este foi o meu primeiro livro. Ali, a minha pequena estava mesmo escrevendo o futuro, ou para o futuro. Às vezes sinto ser a mesma coisa. Fato é que a mensagem que ela me deixou foi extremamente necessária para que eu conseguisse escrever essa grande viagem” – revela a autora.
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A Criadora de Mundos: Taslim e Seu Olhar Afrofuturista
Cria da Zona Norte do Rio de Janeiro, Taslim é uma cantora, compositora, roteirista, poeta e escritora apaixonada pela cultura africana e negra, e traz uma proposta afrofuturista em todas as suas criações. Na música, destacam-se lançamentos que buscam pela sonoridade afropop, um álbum lançado e participações em festivais pelo país, além de passar por diferentes estados com o projeto autoral “Anastácia Tour”, em homenagem a mulheres negras. Em sua trajetória, ela busca utilizar diferentes linguagens artísticas para criar narrativas onde pessoas negras e sua cultura estão em destaque.
O livro “A Dáie de Vários Nomes” será lançado pela editora Kitembo no Rio de Janeiro em evento no Mercado Casarão, na Praça da Bandeira, no dia 28 de setembro, sábado, a partir das 15h, após grande sucesso da participação da autora na Bienal do Livro de São Paulo.
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