Juliane Alexandria, de 18 anos, moradora de Salvador, está confiante de que vai ingressar em Direito na Universidade Federal da Bahia no primeiro semestre de 2022. Com a nota de 980 na prova de redação do ENEM, a estudante conseguiu ultrapassar a nota máxima de corte para o curso dos últimos anos.
Inspirada em Morte e Vida Severina, livro de João Cabral de Melo Neto, ela abordou o tema “Invisibilidade e registro civil”. A obra, escrita entre 1954 e 1955, retrata a trajetória do retirante Severino, que enfrenta a seca nordestina e busca melhores condições de vida.
“Você privar as pessoas de acessar os registros significa que elas não vão ter acesso a muitas coisas, como o direito de votar”, relata Juliane.
Além disso, a jovem utilizou a frase do geógrafo Milton Santos para embasar sua redação. Ele diz que “não existe cidadania no Brasil”.
Filha de um pintor e de uma auxiliar de sala, ela conta que a educação sempre foi prioridade para a família. Ingressou no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), após ficar em primeiro lugar na seleção de bolsa de 50% para o cursinho preparatório, aos 14 anos.
Em 2021, a dedicação foi intensa e elogiou a preparação e a condução das aulas pela professora da disciplina, Solange Santana.