Paulo Freire foi um importante nome da educação brasileira, reconhecido mundialmente pela sua contribuição à alfabetização de jovens e adultos. Além disso, seu trabalho na filosofia da educação, pautado na liberdade e na autonomia do sujeito educando, traz reflexões indispensáveis para a prática do professor no contexto brasileiro. Após ser preso e exilado do país, Paulo Freire teve de ficar por anos fora do Brasil, tendo retornado ao país em 7 de agosto de 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. Recebido por admiradores, estudantes, intelectuais e políticos no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, o professor disse que sentia “uma alegria quase menina” com o seu retorno.
Na época, o Jornal Estadão registrou o fato com a seguinte frase:
“O tempo abre espaços e cria estradas. É preciso preencher estes espaços e trilhar essas estradas para saber o que é possível e o que é impossível, pois a História tem limite e propostas”.
Paulo Freire teve uma recepção calorosa pela população brasileira, entre elas, várias pessoas conhecidas como o advogado José Carlos Dias, o deputado estadual Eduardo Suplicy e o suplente de senador Fernando Henrique Cardoso, ambos então no MDB, o partido de oposição da época. Fernando Henrique disse que
“é uma vergonha que uma figura como ele tenha sido obrigado a sair do País” e que o retorno de Freire “não é um problema dele, mas sim um problema nosso, da sociedade, porque ele terá que ter aqui no Brasil, condições de trabalho, uma vez que não é mais exilado político”.
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