A literatura ganha um sopro de jovialidade no sul do Brasil com a estreia solo da jovem escritora Melissa Mellvee: filha da escritora Fernanda Mellvee, que é autora do romance Amarga Neblina, finalista do prêmio Kindle 2017, a jovem Melissa, de apenas 13 anos, já participou de duas publicações, tendo publicado minicontos nas antologias Sem/Cem Palavras (2018, ed. Bestiário) e Outras Sem/Cem Palavras (2019, ed. Bestiário), e neste ano de 2021 lançou o seu primeiro romance, chamado Meu Padrasto é a Maior Viagem (ed. Berserkir). O livro infanto-juvenil, o qual foi resenhado aqui no NotaTerapia, conta de maneira leve e divertida as aventuras da jovem Ingrid ao se mudar com a sua mãe, Astrid, e seu cachorro falante, Jimmy, para a Suécia, onde a sua mãe começa a namorar um ator famoso que era um grande ídolo de Ingrid. A obra apresenta muito bom humor e com certeza encantará leitores de todas as idades.
Confira abaixo uma entrevista exclusiva com a jovem autora, na qual ela nos conta um pouco sobre o seu processo criativo, como surgiu a ideia do romance, assim como sobre a relevância da literatura em sua vida.
- Quando você decidiu começar a escrever?
A minha mãe que também é escritora, a Fernanda Mellvee, sempre leu histórias para mim, principalmente os contos dos Irmãos Grimm, que eu adorava, e leio até hoje. Quando fui alfabetizada, comecei a pensar em escrever as minhas próprias histórias e, quem sabe, lançar um livro algum dia. Aos dez anos comecei a escrever, então não parei mais. Primeiro, minicontos, depois contos maiores e romances.
- Lembra do primeiro texto que escreveu? Como ele era?
Na verdade, não lembro, mas possivelmente tem algo a ver com animais, que eu sempre gostei. Porém, me lembro do primeiro miniconto que escrevi, ele se chama “Uma irmã fora do comum,” que foi publicado em 2018, junto com outros quatro contos meus, na antologia Sem/Cem palavras. Ele tem bastante humor e foi inspirado numa história verídica, mas a pessoa que inspirou a irmã louca do conto não sabe disso.
- O que mais te inspira a escrever? Você tem uma rotina de escrita?
As ideias estão sempre surgindo, então eu fico com muita vontade de saber o resultado que essas ideias dariam se eu escrevesse uma história com elas. A minha rotina de escrita começa no planejamento. Eu sempre tenho um caderninho que anoto as ideias e as organizo: ficha de personagens, para conhecê-los melhor, linha do tempo, para não me perder na narrativa e detalhes que eu não posso esquecer. Após isso, começo a escrever todos os dias. Consigo escrever três ou quatro páginas por dia, e isso me motiva bastante. Mas sem pressa, não fico preocupada com o tamanho dos livros. Quando termino de escrever as páginas no dia, mando para a minha mãe, que revisa e conversa comigo sobre o texto.
- Como surgiu a ideia de Meu Padrasto é uma Viagem?
É uma história bem engraçada e inesperada. Tudo começou num sonho. E não fui eu que sonhei, por incrível que pareça. Foi a minha mãe. Ela sonhou que estava caminhando pelas ruas da Gamla Stan, um bairro em Estocolmo. Perguntei como ela sabia onde estava, já que os meus sonhos são totalmente sem sentido. Ela me respondeu que era exatamente como as fotos do Pinterest que eu mostro a ela e os vídeos de caminhada ao entardecer nos bairros de Estocolmo. Ela caminhava, toda arrumada com as roupas da moda escandinava, pelas ruas bonitas e construções coloridas da Gamla Stan, e num determinado momento, encontrou um grupo de pessoas conversando. Um rapaz veio até ela e eles saíram para passear de conversível pela cidade. Segundo a minha mãe, ele tinha o maior jeito de estrela de cinema. Eles eram namorados! Foi aí que eu interrompi a conversa: namorados? Ela assentiu. Então eu fiquei imaginando o que eu faria se a minha mãe aparecesse namorando o meu maior ídolo. E a resposta foi imediata: eu teria um mini AVC, acharia que era uma pegadinha da minha avó. Então, quando eu descobrisse que era verdade, eu me esconderia no meu quarto com o meu cachorro Jimmy. Então eu percebi que isso daria uma ótima história.
- Por que a escolha da Suécia como cenário da história?
Eu adoro a Escandinávia, principalmente a Noruega e Suécia, então minha mãe me contou deste sonho que ela teve e eu não poderia deixar de aproveitar o país, sua cultura, seus costumes e paisagens lindas.
- Você planeja lançar uma continuação da história de Ingrid?
Claro que sim! Já estou cheia de ideias. Com certeza, as aventuras de Ingrid não param por aí, ela ainda vai ser muito zoada.
- O que a literatura representa na sua vida?
Para mim, ela é um dos lugares em que eu me sinto bem, muito bem. São diversos mundos que eu posso tornar reais com a minha escrita. Fico muito feliz em escrever e fazer parte deste universo dos escritores. A literatura me ajuda a compreender a mim mesma.
- Deseja nos contar um pouco sobre os seus projetos futuros? Se sim, quais são eles?
Por enquanto, estou muito envolvida com as tarefas da escola, mas continuo com os meus projetos. Continuarei administrando o meu perfil do Instagram, Domínio do Dragão, que é algo que eu adoro fazer, planejando e escrevendo as minhas histórias e me conectando cada vez mais com o mundo da Ingrid, pois muitas novidades estão por vir.