Com a chegada da pandemia, muito se discutiu sobre novas formas de aprendizado a distância. Embora fosse uma forma já utilizada por muitas instituições de ensino, havia a desconfiança sobre as potencialidades deste método em realmente ensinar e proporcionar aos alunos e alunas uma formação global com aperfeiçoamento de todas as suas capacidades. No entanto, como era a única possível de ação neste momento, a criatividade teve de prevalecer.
Foi o que fizeram os alunos da escola Poliedro misturando aulas online, literatura e teatro, ao criar, em parceria com professores, o projeto intitulado “Personas”. O projeto propõe que os estudantes do Ensino Médio mergulhem em obras literárias, incluindo obras solicitadas em vestibulares, e gravem trechos interpretando as personagens escolhidas. Como resultado, são produzidos pequenos vídeos que podem ser vistos nas redes sociais do Colégio Poliedro. O projeto, portanto, contribui tanto para quem participa diretamente quanto para os estudantes que assistem aos materiais publicados.
As primeiras obras estudadas fazem parte da lista da Fuvest: Mayombe, de Pepetela; A Relíquia, de Eça de Queiroz; Campo Geral, de Guimarães Rosa; e Quincas Borba, de Machado de Assis.
A iniciativa permite que os alunos ampliem a capacidade de compreensão dos textos, pois a representação de personagens facilita o entendimento do espírito da obra e do perfil do autor. O projeto também aumenta o repertório do estudante, além de desenvolver sua criatividade e suas habilidades cognitivas e socioemocionais por meio do teatro.
Veja a adaptação da obra Mayombe, de Pepetela:
E pelo visto, os alunos e alunas tem adorado a iniciativa. Pelo menos é o caso de Thainá Theodoro, aluna da 2ª série do Ensino Médio que afirmou: “Os livros se tornaram algo ainda mais próximo dos participantes, porque nós somos encorajados a notar a preciosidade e os fundamentos de personagens e do lugar em que a obra se passa”.
O mesmo foi visto por Sofia Costa, aluna da 2ª série do Ensino Médio: “A minha relação com as obras literárias se tornou mais íntima. Para debater como tal obra poderia estar no palco, temos que entendê-la de modo mais aprofundado, tanto em relação às personagens quanto ao contexto. Essa outra forma de entender o livro, ao me colocar nos palcos, se mostrou muito boa para mim, pois agora sinto que tenho outra ligação com o livro e isso me ajuda a não esquecer”.
Sensacional, não?