A cantora e atriz Liniker, de 28 anos, foi eleita imortal pela Academia Brasileira de Cultura. A artista é a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira na história da academia. Liniker assume a cadeira que foi de Elza Soares até o ano passado.
““Então, na noite de hoje, com toda essa emoção, eu estou muito feliz, não só por esse lugar, mas também por ter Elza Soares como patrona, essa grande voz, esse grande acontecimento considerada a voz do milênio. Eu fico feliz de ter uma voz e poder cantar para tantas pessoas que também se sentem representadas pelo meu canto e que seguirão ouvindo independente de eu seguir aqui ou não. Muito obrigada”, concluiu a cantora.
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A artista compartilhou a conquista nas redes sociais, agradecendo os familiares, amigos e fãs. “Nunca achei que seria possível ser considerada assim, por não imaginar mesmo, por ser distante. A minha família, meus amigos, meus amores, meus fãs, a academia brasileira de cultura e toda a minha ancestralidade, obrigada. Isso não é apenas um post numa rede social”, escreveu.
“No meu peito se encontra um certo silêncio preenchido por emoção, por imaginar minha trajetória até aqui, pensando em tudo o que eu já escrevi e ainda escreverei, cantarei, interpretarei, assimilarei e construirei junto à cultura brasileira”.
Conheça “Caju”, último disco da cantora
Na cultura brasileira, os curandeiros e rezadeiras dão ao caju um poder curativo, protetor. Purificador. Faz sentido então dizer que Liniker parece interessada em destampar as raízes de um cajueiro em seu segundo álbum solo, “Caju”, lançado esta semana em todas as plataformas digitais, com produção de Fejuca e Gustavo Ruiz. Logo na primeira música que dá nome ao trabalho, o alter-ego da artista canta como se olhasse da janela de um avião, talvez partindo de um lugar onde viveu algo intenso que não coube na mala na hora de voltar. “Antes de dizer tchau”, há muita coisa para ser dita.
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Quem é Liniker?
Nascida em uma família de músicos, Liniker tem, pelo nome de batismo, uma homenagem ao futebolista inglês Gary Lineker, artilheiro da Copa do Mundo de 1986 e cresceu ouvindo samba, samba-rock e soul. Embora tenha mostrado talento vocal desde cedo, possuía certa timidez justamente por viver entre profissionais, e só começou a se arriscar a cantar depois de iniciar a carreira teatral, na adolescência. Seu pai não foi presente e foi criada por sua mãe e acompanhada de seu irmão Vitor, sete anos mais novo que ela.