Han Kang, escritora sul-coreana, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura 2024. O anúncio foi feito hoje cedo pela Academia Sueca, em Estocolmo. Segundo a academia, o prêmio foi concedido “por sua intensa prosa poética que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana”. Ela é a primeira autora sul-coreana a ser laureada com o Nobel de Literatura.
Seu maior destaque internacional veio com o livro “A Vegetariana”, de 2007. Escrito em três partes, o livro retrata as consequências violentas quando a protagonista se recusa a se submeter às normas de ingestão alimentar.
A Vegetariana

“…Eu tive um sonho”, diz Yeonghye, e desse sonho de sangue e escuros bosques nasce uma recusa vista como radical: deixar de comer, cozinhar e servir carne. É o primeiro estágio de um desapego em três atos, um caminho muito particular de transcendência destrutiva que parece infectar todos aqueles que estão próximos da protagonista. A vegetariana conta a história dessa mulher comum que, pela simples decisão de não comer mais carne, transforma uma vida aparentemente sem maiores atrativos em um pesadelo perturbador e transgressivo.
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Leia também: Transgressão e Transmutação em “Terráqueos”, da Sayaka Murata, e “A vegetariana”, da Han Kang
“Atos Humanos”

Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade. Construindo um mosaico de vozes e pontos de vista daqueles que foram afetados, Atos humanos é a demonstração dos poderosos recursos literários de Han Kang, uma das autoras mais importantes da cena contemporânea.
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O livro branco

Esta é uma narrativa sobre o luto e a resiliência dos seres humanos ― além de ser o livro mais pessoal de Han Kang até agora. Durante a estada em uma cidade europeia coberta pela densa neve invernal, a narradora é repentinamente tomada pela lembrança de sua irmã, que morreu recém-nascida nos braços da mãe. Ela luta com essa tragédia que definiu a vida da família, um evento que reaparece repetidamente em imagens tomadas por esta cor que evoca o luto em algumas culturas orientais: o branco do leite materno e da fralda, o branco do sal e da neve, o branco da magnólia, a pele branca da bebê como um bolinho de arroz em formato de lua.
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Lições de Grego

Esta é a história de um professor de Grego que está a perder a visão e de uma aluna que está a perder a voz. Ambos descobrem, porém, que existe uma dor ainda mais funda a uni-los: numa questão de meses, ela perdeu a mãe e a batalha pela custódia do filho; já ele ganhou o medo de perder a autonomia e o incómodo de, por ter crescido entre a Coreia do Sul e a Alemanha, estar sempre dividido entre duas culturas e duas línguas tão diferentes. Lições de Grego fala de um homem e de uma mulher comuns que se conhecem num momento de angústia privada – a perspetiva da cegueira dele encontra-se com o silêncio dela.
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The Fruit of My Woman

The Fruit of My Woman (inédito no Brasil) é sobre uma mulher que deseja escapar da desolação da vida moderna na cidade e, ao não conseguir, se transforma em uma planta. O marido dela assume a responsabilidade de plantá-la em um vaso de flores e regá-la regularmente. No final, ela dá frutos, e o marido consome algumas sementes e planta as demais em vasos de flores.