Com a repercussão do lançamento do filme “Barbie” nos cinemas, a história da boneca mais conhecida do público voltou a despertar a curiosidade. A norte-americana Ruth Handler foi a criadora da boneca e uma das fundadoras da empresa de brinquedos Mattel, em parceria com o seu marido, Elliot Handler.
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Inicialmente, ela dedicou-se a uma empresa de mobília corporativa e familiar com o objetivo de expandir os negócios do marido, que atuava no ramo de fabricação de móveis. Anos mais tarde, destacando-se como uma grande vendedora, ela passou a atuar no ramo de produtos infantis e participou da fundação da Mattel com Elliot e seu sócio, Harold Matson, cujos nomes inspiraram a marca (Matt + El).
Na época, a filha do casal, Bárbara, costumava brincar com bonecas de papel, trocando as roupas dos brinquedos e criando histórias para cada figurino, principalmente relacionando-as com diferentes profissões. Inspirada nesse caso, a mãe teve a ideia inicial do projeto, embora houvesse a resistência e a incredulidade por parte dos outros sócios.
“Descobri algo muito importante: elas estavam usando essas bonecas para projetar seus sonhos de seus próprios futuros como mulheres adultas… Não seria ótimo se pudéssemos pegar esse padrão de jogo e tridimensionalizá-lo?” ela lembrou em suas memórias.
Após alguns anos, numa viagem em família à Suíça em 1956, ela encontrou a boneca Lilli. Isso despertou novamente o desejo de colocar a ideia em prática: “Aqui estavam os seios, a cintura fina, as pernas longas e afuniladas que descrevi com entusiasmo para os designers anos atrás”, lembrou.
Desse modo, em 1959, a boneca foi lançada numa feira em Nova York, nos Estados Unidos. O nome, inclusive, foi em homenagem à filha. Já a empresária recebeu o apelido de “mãe da Barbie” por estar envolvida em sua criação. Apostando em estratégia de marketing com comerciais para a tv, as vendas foram um sucesso. Em seguida, após o recebimento de cartas para a criação de um namorado para a Barbie, Handler criou o Ken, que também foi batizado em homenagem a seu filho Kenneth Handler, que morreu de câncer em 1994.
Ela permaneceu na presidência da empresa de 1945 a 1973, no entanto, em meio a relatos de relatórios financeiros fraudulentos, renunciou ao cargo de presidente e se afastou da empresa em 1975. Como não houve contestação, ela pagou multa e prestou serviços comunitários. Em 2002, ela faleceu aos 85 anos, após complicações de uma cirurgia em decorrência de um câncer.