Em tempos de retrocessos e ataques aos indígenas, qualquer ação de valorização da cultura dos povos originários deve ser comemorada. O Museu das Culturas Indígenas acabou de ser inaugurado em São Paulo como uma forma de resistência ao extermínio e resgate das tradições.
O espaço, localizado num prédio no bairro Água Branca, na zona oeste da capital, conta com exposições temporárias. A entrada será gratuita durante o mês de julho. O diferencial é que os próprios indígenas são os protagonistas por apresentar e divulgar suas histórias. Desde o começo do projeto, foi instituído o conselho Indígena Aty Mirim, responsável pela concretização e condução das atividades, incluindo a curadoria. A gestão acontece em parceria com a Organização Social de cultura ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), e o Instituto Maracá, que tem importante função de proteger e difundir o patrimônio cultural indígena.
“Um espaço de diálogo intercultural, pluralidade, encontros entre povos indígenas e não-indígenas, onde a memória da ancestralidade permitirá aos diversos povos originários compartilharem suas mensagens, ideias, saberes, conhecimentos, filosofias, músicas, artes e histórias.” (site do instituto)
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Exposição
Na primeira exposição, as temáticas são diversas como o desmatamento da floresta, a violência contra os povos, a cultura musical, além de coletâneas de instalações e de obras de arte contemporânea.
Estão entre as mostras inaugurais: “Invasão Colonial Yvy Opata – A terra vai acabar”, de Xadalu Tupã Jekupé e “Ygapó: Terra Firme“, de Denilson Baniwa. Nessa última mostra, o público tem a possibilidade de conferir por meio de experiências sensoriais o cheiro de terra, o barulho das folhas, as músicas típicas e projeções em vídeo de grupos indígenas.