A pesquisa, desenvolvida na Universidade de São Paulo (USP) por Eduardo Navarro, levantou documentos da Insurreição Pernambucana.
Uma pesquisa da USP tem se debruçado sobre documentos que contam a história do Brasil a partir de fontes diferentes das que costumamos ouvir. Ao invés de ser narrada pelos vencedores, os documentos que a pesquisa descobriu contam nossa história pelo olhar dos vencidos.
O professor Eduardo Navarro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, especialista em tupi antigo e em literatura do Brasil colonial, pesquisou documentos escritos arquivados na Real Biblioteca de Haia, na Holanda, que detalham disputas entre portugueses e holandeses que contaram com a presença de indígenas de ambos os lados, no episódio que ficou conhecido como Insurreição Pernambucana (1645-1654).
A pesquisa analisou seis cartas trocadas entre indígenas em 1645, os únicos textos conhecidos que os próprios indígenas escreveram em tupi nos tempos coloniais.
Segundo informações do Jornal da USP, que detalha a pesquisa em matéria de Juliana Alves, “o conteúdo das cartas é constituído por textos sobre indígenas que desejam que seus parentes se unam, que abandonem as suas posições na guerra e parem de matar os seus parentes. Há comentários em que eles pedem que suas antigas tradições sejam revigoradas. Por meio das cartas, obtêm-se também informações mais específicas, como os nomes dos caciques que morreram na guerra e os lugares em que eles lutaram.”
“São os primeiros e os únicos documentos escritos pelos próprios indígenas até a Independência do Brasil. É muito raro ter algo escrito pelos indígenas que tenha sido preservado. Esse é o verdadeiro valor dessas cartas”, destaca Navarro.
No Jornal da USP
Para mais informações sobre a pesquisa, leia o artigo completo no Jornal da USP.
*Foto de capa: Carta de de Felipe Camarão a Antônio Paraopeba, de 4 de outubro de 1645 – Fotos: Arquivo de Eduardo Navarro