Antonieta de Barros nasceu em 1901, na antiga Desterro, atual Florianópolis, filha de escrava liberta e órfã de pai, atuou como professora e jornalista. Foi uma das pioneiras na política e a primeira mulher negra a assumir um mandato. Em 1934, foi eleita deputada estadual por Santa Catarina e, em 1945, voltou a concorrer para o mesmo cargo e assumiu em 1947.
Como professora, fundou o curso particular Antonieta de Barros, onde deu aulas para pessoas carentes com o objetivo de combater o analfabetismo. Também ministrou aulas para a elite em diversos colégios. Tinha intenção de cursar o ensino superior, mas na época o curso de Direito não admitia o ingresso de mulheres.
Além de se dedicar à educação, passou a escrever para os jornais como cronista com o pseudônimo de Maria da Ilha. De 1929 a 1951, escreveu mais de mil artigos em diversos veículos e criou a revista Vida Ilhoa. Em 1937, publicou o livro Farrapos de Ideias e os lucros da primeira edição foram doados para construção de uma escola.
Em 1947, o professor paulista, Salomão Becker, teve a ideia de transformar a data de 15 de outubro em confraternização e feriado escolar como homenagem aos professores, mas ela foi concretizada em Santa Catarina e, anos depois, oficializada em todo o território nacional. Até ser assinado o decreto federal, o dia era comemorado informalmente em muitas regiões.
Foi a partir de um projeto de lei criado por Antonieta de Barros, em 1948, que foi instituído o Dia do Professor em Santa Catarina, comemorado em 15 de outubro. Após aprovado, a lei foi homologada pelo governador, mas a data só foi reconhecida nacionalmente anos depois. Em 1963, o decreto federal foi assinado pelo Presidente da República João Goulart. Na justificativa para a criação da data, que na época previa feriado escolar, ela destacou a importância e a dedicação do professor. A data escolhida faz referência ao dia 15 de outubro de 1827, quando foi instituído o Ensino Elementar no Brasil por D. Pedro I.
Além disso, ela contribuiu com outras leis relacionadas aos concursos para o magistério e a concessões de bolsas de estudos para alunos carentes. Também atuou como defensora dos direitos das mulheres e lutou por um ensino de qualidade e pelo reconhecimento da cultura negra, principalmente, no sul do país. Mesmo com os ataques e críticas, não se intimidou e permaneceu trabalhando em prol da educação.
Mural em homenagem a Antonieta de Barros no Centro de Florianópolis: