Após matéria bombástica do Fantástico, Ministério Público do Trabalho pediu afastamento de Sérgio Camargo da Fundação Palmares
Depois da exibição de uma matéria do Fantástico, em que o presidente da Fundação Palmares relacionava “cabelos altos” a malandros e bandidos, de acordo com denúncia de 16 funcionários e ex-funcionários, a situação de Sérgio Camargo ficou complicada. Uma ação do MPT pediu o afastamento imediato do presidente da Fundação por assédio moral, perseguição ideológica e discriminação. A ação pede ainda indenização de R$ 200 mil por danos morais.
Sobre a Denúncia
A denúncia a que teve acesso o programa da tv Globo partiu de 16 servidores e ex-funcionários e revela uma rotina de humilhação e terror psicológico. Durante a longa reportagem exibida pelo Fantástico, Camargo relacionava pessoas de “cabelos altos” –referência ao cabelo black power– a malandros e bandidos e dizia que na Fundação somente negros de cabelo raspado poderiam trabalhar
A Revista Fórum destacou também relatos do funcionários para quem o presidente do órgão persegue quem considera ser “esquerdista”. Camargo afirmava que era preciso “caçar os esquerdistas” e chamava um ex-diretor da fundação de “direita-bundão” por se negar a demitir um trabalhador esquerdista.
“O assédio moral praticado pelo Sr. Sérgio Camargo contaminou todo o ambiente de trabalho, pois instaurou um clima de terror psicológico no âmbito da Fundação Palmares”, revelou Paulo Neto, procurador do MPT do Distrito Federal, ao Fantástico.
Quando perguntado sobre as questões pelo Fantástico, Camargo respondeu…mas como sempre pelo twitter:
“O Fantástico está preparando matéria criminosa para me atacar. Todas as perguntas que encaminhou à chefe de Comunicação da Palmares são caluniosas e difamatórias”, escreveu no sábado
Entenda o caso
Em junho, Sérgio Camargo anunciou que iria excluir metade do acervo da Fundação. A alegação era que as obras são pautadas pela ‘sexualização de crianças’, ‘bandidolatria’ e ‘material de estudo das revoluções marxistas’. Além disso, ele afirmou que apenas 5% dos 9 mil títulos de seu acervo ‘cumprem a missão institucional’ do órgão.
O documento afirma, de maneira absurda, que o acervo da fundação conta com 9.565 títulos, dos quais 46% são de temática negra, enquanto 54% são de temática alheia à negra. Segundo informações do Jornal O Globo, o relatório tem74 páginas e foi elaborado pela equipe de Marco Frenette, ex-assessor de Roberto Alvim, demitido do governo por apologia ao nazismo, que em março foi nomeado coordenador-chefe do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra.
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