Buchi Emecheta é uma brilhante contadora de histórias. Nascida em Lagos, na Nigéria, é autora de diversos romances que abordam questões relacionadas ao colonialismo, à educação de mulheres e que muito contribuíram para levar ao mundo importantes elementos a respeito dos modos de subjetivação de mulheres na Nigéria.
Cidadã de Segunda Classe se passa entre a Nigéria e o Reino Unido nos anos 60, a partir da história sobre a vida da jovem Adah. Acompanhamos a trajetória de Adah na Nigéria em busca de seu grande sonho, ir para o Reino Unido, mas ao acompanharmos o processo que transforma sonhos em realidade torna-se impossível fazer qualquer tipo de hierarquização que coloque o “lugar da mulher” na África num patamar abaixo do “lugar da mulher” na Europa. De uma maneira leve e frequentemente singela, a autora borra as fronteiras entre bom, ruim, civilizado, ultrapassado, correto, errado. As opressões e violências se transformam, não para dar lugar a uma experiência não violenta e livre, mas sim para que essas opressões e violências se apresentem e sejam sentidas de uma nova forma, muitas vezes mais difícil porque desconhecida. “Adah fora obrigada a percorrer todo o trajeto que separa Lagos de Londres para se dar conta dos fatos” e, da mesma maneira, também nós, leitoras/es, precisamos acompanhar os quilômetros percorridos por Adah para que se torne evidente que não há nada de propriamente civilizado ou melhor na vida que ela encontra quando chega ao seu destino final.
Leia AQUI a resenha completa do livro, que faz parte do projeto Mulheres do Mundo – uma escritora de cada país!
O NotaTerapia selecionou 14 trechos sensacionais do livro. Confira:
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