Uma ilha chamada Armênia, da artista visual Cassiana Der Haroutiounian é uma mistura de livro de poesia com livro da arte da fotografia. A publicação reúne 110 fotografias autorais, fruto de mais de quinze viagens da autora à sua terra ancestral, combinando imagens e poesia para criar uma reconstrução afetiva da Armênia — um exercício de habitar esse território através de uma memória reinventada.

Nascida em São Paulo e de origem armênia, Cassiana é fotógrafa e cineasta, com uma trajetória marcada pela exploração da identidade e da ancestralidade. Em seu currículo, dirigiu três filmes com a Armênia como pano de fundo, incluindo Cantos de um livro sagrado (codirigido com Cesar Gananian), vencedor do É Tudo Verdade 2022 como Melhor Curta Nacional.
Com projeto gráfico de Cristina Gu, o livro apresenta as fotografias de Cassiana em diálogo com poemas de sete escritoras armênias:
- Anna Davtyan
- Anush Kocharyan
- Marine Petrossian
- Shushanik Kurghinian
- Silva Kaputikyan
- Tamar Marie Boyadjian
- Tatev Chakhian
A edição bilíngue inclui os poemas originais em armênio ao lado de suas traduções para o português, feitas por Catherine Chahinian.
Mais do que um documentário visual, Uma ilha chamada Armênia oferece um olhar íntimo e poético, ampliando as narrativas sobre um país frequentemente associado apenas à sua história de resistência. “Dedico este livro a todos os meus antepassados, que me permitiram estar aqui e inventar uma Armênia possível”, escreve Cassiana na abertura da obra.
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Sobre a autora:

Cassiana Der Haroutiounian é uma artista visual brasileira de origem armênia, nascida em São Paulo, em 1984. Sua produção é marcada pela relação afetiva com a ancestralidade e pela investigação de temas ligados à memória e à identidade.
Apaixonada pelas montanhas da Armênia — país que visitou 17 vezes —, Cassiana dirigiu três filmes que têm a região como pano de fundo. Entre eles, destaca-se o curta Cantos de um livro sagrado, codirigido com Cesar Gananian e vencedor do festival É Tudo Verdade, na categoria Melhor Curta Nacional, em 2022.
Sua obra integrou exposições coletivas e individuais no Brasil, Geórgia, Armênia e Grécia. Atualmente, além de seus projetos autorais, atua como diretora de conteúdo visual da ceramista Heloisa Galvão e dedica-se à pesquisa de histórias de famílias imigrantes.
Saiba mais: Editora Tabla – Uma ilha chamada Armênia