‘Funkeiros Cults’. Esse é o nome do projeto social, o qual surgiu na periferia de Manaus, um lugar chamado Compensa, que faz parte de um grande complexo entre asfalto e 3 rios: Compensa I, II e III.
Dayrel Teixeira é o nome do idealizador deste projeto e sua iniciativa surgiu a partir do momento em que cruzou a ponte, segundo eles, quando precisou se deslocar até o centro da cidade para trabalhar.
Tudo começou, quando Dayrel começou a transitar com os livros que tinha acesso, e passou a articular um plano juntamente à comunidade e amigos de infância. Basicamente, tratava-se de oferecer esses livros para as crianças da região, como uma forma de difundir o poder da linguagem e da comunicação.
Com os livros nas mãos, as crianças e moradores começaram a criar memes a partir de suas leituras, contextualizando as histórias e traduzindo seus enredos na linguagem da periferia.
“Funkeiros Cults”: mais que criando memes, formando leitores
Os memes fizeram muito sucesso e a partir daí, surgiu uma movimentação de outras áreas periféricas, afirmando o gosto pela literatura. Nas redes, os memes possuem maior destaque, entretanto, é importante focar na formação de novos leitores e na mudança da forma classista com que os livros estão sendo lidos.
A formação de leitores é o grande objetivo deste projeto, que vê o rap, o funk e o grafite como literatura. Com uma linguagem multissemiótica e diante da complexidade do ambiente em que vivem, os leitores-criadores buscam falar das experiências vividas no bairro, destacando a seca e a violência urbana.
Ao tratar essas temáticas, por meio da promoção de oficinas na comunidade Compensa, o “Funkeiros Cults” promove arte e debates nas periferias, avançando no propósito de não serem tratados como objeto de estudo, mas proporcionado às crianças e adolescentes, na condição de sujeito, estudar sobre seus territórios e promover formas de leitura de livros menos classistas e mais humanizadas.
Revisado por Dáleth Costa