Se você ainda não ouviu falar em Jeferson Tenório, você deve estar em outro planeta. Nesse meio tempo, ele já foi lançado, proibido, censurado, cancelado e voltou com tudo entre os mais vendidos. Para quem não conhece, Jeferson Tenório, é um escritor, professor e pesquisador brasileiro, radicado em Porto Alegre. Seu romance de estreia, O beijo na parede, foi publicado em 2013, sendo eleito Livro do Ano pela Associação Gaúcha de Escritores. Seus textos teatrais e contos foram traduzidos para o inglês e o castelhano.
Sua principal obra, O Avesso da Pele recebeu os principais prêmios e mudou os rumos da literatura brasileira contemporânea. Mas…o que será que o autor leu? Aqui a gente traz algumas indicações de Jeferson Tenório para quem quiser ler e saber mais sobre seus gostos e, claro, sobre o mundo. Confira:
Terra estranha, de James Baldwin
O romance Terra estranha, publicado inicialmente em 1962, tem como pano de fundo os clubes de jazz de Greenwich Village, em Nova York, na década de 1960. O livro retrata a história de Rufus, um baterista negro em decadência, que se envolve com Leona, uma mulher branca do sul dos Estados Unidos. A partir desse contexto, Baldwin discute sobre nacionalismo, identidade, bissexualidade e raça.
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Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus
“Quarto de Despejo’ é um acontecimento em muitos sentidos. Do ponto de vista estético, a obra de Carolina causa um descentramento na tradição literária porque não obedece aos critérios canônicos brancos e eurocêntricos. Além disso, seu diário confere dignidade existencial a uma população negra invisibilizada pelo racismo e pelo avanço do progresso. É um livro que conta a história de um Brasil esquecido e nos dá a dimensão da perversidade dos abismos sociais.”
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O olho mais azul, de Toni Morrison
Uma tentativa de dramatizar a opressão que o preconceito racial pode causar na mais vulnerável das criaturas: uma menina negra. Considerado um dos livros mais impactantes de Toni Morrison, o primeiro romance da autora conta a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que sonha com uma beleza diferente da sua. Negligenciada pelos adultos e maltratada por outras crianças por conta da pele muito escura e do cabelo muito crespo, ela deseja mais do que tudo ter olhos azuis como os das mulheres brancas — e a paz que isso lhe traria. Mas, quando a vida de Pecola começa a desmoronar, ela precisa aprender a encarar seu corpo de outra forma.
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Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis
“Machado de Assis é incontornável para pensarmos a formação do Brasil a partir de uma perspectiva crítica e que aponta, com ironia, os privilégios da elite burguesa da época. Estão ali os elementos primordiais de um país que se formou no contexto da escravidão e da manutenção de estruturas excludentes. ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’ traça com habilidade um diagnóstico muito preciso de um certo instinto de nacionalidade. Isso significa dizer que Machado opera em duas camadas: a discussão de assuntos nacionais e uma reflexão muito profunda e íntima das personagens e que lhe conferem a universalidade”
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Leia também: 5 motivos pra ler “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório
Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
Neste clássico, o escritor Miguel de Cervantes retrata a história de um ingênuo senhor rural cujo passatempo favorito era a leitura de livros de cavalaria. Na sua obsessão, acreditava literalmente nas aventuras escritas e decide tornar-se um cavaleiro andante. Suas viagens sucedem-se sob a alucinação de que estava vivendo na era da cavalaria; pessoas que encontrava nas estradas pareciam-lhe como cavaleiros em armas, damas em apuros, gigantes e monstros.
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O Auto da Compadecida, Ariano Suassuna
João Grilo e Chicó são personagens que remontam a trazem à tona a figura do malandro. Sujeitos que estabelecem estratégias de sobrevivências num país marcado por profundas desigualdades. Suassuna executa com maestria as complexidades de uma identidade nacional a partir do sertão, demostrando que a cultura brasileira é marcada pelo atraso, pela violência e pela religião. O humor empregado na obra dá o tom de um país que teve que aprender a rir de si mesmo para continuar vivendo
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Hamlet, de William Shakespeare
Um jovem príncipe se reúne com o fantasma de seu pai, que alega que seu próprio irmão, agora casado com sua viúva, o assassinou. O príncipe cria um plano para testar a veracidade de tal acusação, forjando uma brutal loucura para traçar sua vingança. Mas sua aparente insanidade logo começa a causar estragos – para culpados e inocentes.
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Olhos d’água, de Conceição Evaristo
Em Olhos d’água, Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem. Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida?
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Fonte:
https://arte.folha.uol.com.br/ilustrissima/2022/05/04/200-livros-importantes-para-entender-o-brasil/convidado/jeferson-tenorio/
https://blog.estantevirtual.com.br/2020/11/19/estante-entrevista-veja-os-6-livros-indicados-pelo-escritor-jeferson-tenorio/