A Academia Brasileira de Letras vive no meio de uma série de polêmicas. Algumas delas, só nas últimas semanas, foram a eleição de Fernanda Montenegro e Gilberto Gil. Porém, as polêmicas escolhas da academia não são uma novidade. Há três anos atrás, a poeta e escritora negra Conceição Evaristo foi rejeitada. Agora, o escritor indígena Daniel Munduruku também foi. Munduruku perdeu a cadeira para Paulo Niemeyer Filho.
A verdade é que, como um espaço de conservadores, a ABL costuma tomar decisões conservadoras. Em entrevista para a Folha de São Paulo, Conceição Evaristo opinou sobre essa última escolha dos imortais:
“Lá dentro da Academia, assim como tem as cabeças pensantes, tem também um monte de cabeça adormecida. As cabeças pensantes, se pensam numa casa que representa a brasilidade, é uma injustiça, uma cegueira, uma inconsciência, uma burrice ter deixado o Munduruku de fora. Além da representatividade, ele tem produtividade.”

Fernanda Montenegro e Gil
A autora defendeu a entrada de Fernanda Montenegro e Gilberto Gil para a casa
“Gosto de pensar que há várias maneiras de ler e produzir um texto. Ele não é fornecido só através do livro. Fernanda fornece através da arte de representação, pelo corpo, pela voz. Gil nem se discute. É um grande poeta. Compõe poesia e coloca uma musicalidade.”
Nova tentativa?
Ela comentou sobre a possibilidade de se candidatar novamente há uma das cadeiras. Ela afirma que dificilmente seria aceita. O mais importante, no caso, é que ela abriu espaços:
“As pessoas dizem que eu devo insistir numa nova candidatura. Eu não vejo muita possibilidade, não, de o meu nome passar. Cada vez, inclusive, que eu falo sobre isso, mais eu vou fechando espaço. O interessante não é você ser a primeira, o interessante é abrir espaços. Nesse sentido, a minha candidatura foi muito valiosa, questionou a própria Academia sem eu dizer muita coisa.”
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