‘A Pedra do Reino’ de Ariano Suassuna completa 52 anos cada vez mais atual!

Uma mistura de poesia, cordel, sons, mil artimanhas. Essa poderia ser uma definição para o clássico A Pedra do Reino de Ariano Suassuna.

Para quem não conhece a história, o romance, publicado originalmente em 1971, narra a história de Dom Pedro Dinis Ferreira, o Quaderna, apresentando seu memorial. Preso por subversão em Taperoá, interior da Paraíba, Quaderna apresenta sua defesa perante o corregedor. O narrador-personagem conta a saga de sua família e se declara descendente de legítimos reis brasileiros, castanhos e “cabras” da Pedra do Reino do Sertão. Ao contrário, diz que não tem relação com os “imperadores estrangeirados e falsificados da Casa de Bragança”. Fala ainda do seu envolvimento com as lutas e desavenças políticas, literárias e filosóficas no seu reino.

Esta é o grande mérito de Ariano no “Romance d’A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta”, que nos remete às novelas de cavalaria e a literatura de cordel — ou, mesmo, o “Dom Quixote”, sua referência (e reverência) mais evidente. Completando 50 anos de seu primeiro lançamento, o romance se mostra cada vez mais atual.

Veja também: ‘Chicó existiu e morou em Taperoá na Paraíba’, conta primo de Ariano Suassuna

Por que é tão clássico – e atual?

Como conta matéria do Globo, o livro é uma mistura de realidade com fantasia — com vantagem para a realidade, sempre surpreendente. Parte desse episódio histórico fascinante, que nos remete a 1578, quando Dom Sebastião, jovem rei de Portugal, morre em combate. Porém, lembra que o povo nunca aceitou seu desaparecimento, alimentando o misticismo que nos assola desde sempre.

É, porém, no século XIX, que isso se atualiza: o sertanejo João Antônio dos Santos afirma que o finado Dom Sebastião aparecera em Pernambuco, prometendo voltar das trevas para acabar com a vida miserenta do povo. Para preparar o grande dia, João Antônio intitula-se rei de Pedra Bonita, a cerca de 400km do Recife, onde duas rochas de 30 metros de altura dominam a paisagem.

Em edição especial e comemorativa, o segundo livro do box contém reproduções de ilustrações criadas por Suassuna, manuscritos e textos de apoio, é uma festa para os olhos.

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