No dia 02 de outubro de 1992, a Polícia de São Paulo entrou no Pavilhão 9 do maior presídio da América Latina e matou 111 presos desarmados e rendidos.
Há 31 anos, a Polícia Militar de São Paulo realizou uma das maiores chacinas da história do Brasil. Chamada a atuar em razão de uma rebelião no Pavilhão 9 do Carandiru, ela adentrou o presídio em uma ação que resultou na morte de 111 presos desarmados e rendidos. As imagens de corredores inundados de sangues e corpos eternizaram a violência que, ali, se apresentou de forma crua e grotesca.
O Massacre do Carandiru, como ficou conhecido o acontecimento, retrata a recorrente e até hoje atual violência de Estado que cotidianamente massacra os corpos negros e pobres que superlotam as prisões brasileiras. Mesmo tendo sido implodido em 2002, a violência do Carandiru se perpetua até hoje na vida dos(as) 800 mil presos(as) brasileiros, quase metade deles(as) presos(as) sem sequer terem sido julgados.
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Mesmo quase 30 anos depois, ainda há muito o que discutir a respeito do que aconteceu no Carandiru em 1992. E, como sempre, a literatura pode nos ajudar a refletir, honrar a memória dos mortos e jamais esquecer esse terrível e brutal ato de violência cometido pelo Estado brasileiro. Separamos 6 livros que contam, de diferentes perspectivas, as vidas que, diante do Massacre e de todos os massacres cotidianos promovidos pela prisão, buscaram e buscam resistir.
Leia AQUI uma importante discussão sobre as prisões no Brasil.
1- Estação Carandiru, de Dráuzio Varella
![Estação Carandiru](https://cache.skoob.com.br/local/images//i_YFJmZbyUhmHADvWL00JoDjxoY=/200x/center/top/smart/filters:format(jpeg)/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/360/ESTACAO_CARANDIRU_1350327877B.jpg)
Em 1989, o médico Drauzio Varella iniciou na Detenção um trabalho voluntário de prevenção à AIDS. Entre os mais de 7200 presos, conheceu pessoas como Mário Cachorro, Roberto Carlos, Sem-Chance, seu Jeremias, Alfinete, Filósofo, Loreta e seu Luís. Não importava a pena a que tinham sido condenados, todos seguiam um rígido código penal não escrito, criado pela própria população carcerária. Contrariá-lo poderia equivaler à morte.
O relato de Drauzio Varella neste livro tem as tonalidades da experiência pessoal: não busca denunciar um sistema prisional antiquado e desumano; expressa uma disposição para tratar com as pessoas caso a caso, mesmo em condições nada propícias à manifestação da individualidade.
Lançado em 1999 e transformado em filme em 2003, por Hector Babenco, Estação Carandiru recebeu o Prêmio Jabuti 2000 de livro do ano e, desde então, já vendeu centenas de milhares de exemplares.
2- Paraíso Carandiru, de Sidney Sales
![Paraíso Carandirú](https://cache.skoob.com.br/local/images//rscX0EGfcPUNogRX4siORGSB9_4=/200x/center/top/smart/filters:format(jpeg)/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/149844/PARAISO_CARANDIRU_1295470937B.jpg)
Como milhares de desafortunados e, ao mesmo tempo, vítimas e algozes da violência, Sidney enfrentou o derradeiro dia de sua vida quando, em 2 de Outubro de 1992, viu o horror e o pesadelo do que se tornou conhecido como o “Massacre do Carandiru”.
3- Pavilhão 9, de Hosmany Ramos
![Pavilhão 9](https://cache.skoob.com.br/local/images//z0kxg7KPb7Zy_kcUB-uZiXKSxUg=/200x/center/top/smart/filters:format(jpeg)/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/19481/PAVILHAO_9_1285355102B.jpg)
O autor relata em sua obra, o terrível cotidiano em um presídio brasileiro, e inclui no livro o desconcertante depoimento de uma testemunha ocular do pavoroso massacre de 111 presos na Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo, em 1992.
4- Vidas do Carandiru, de Humberto Rodrigues
![Vidas do Carandiru](https://cache.skoob.com.br/local/images//yl3AI6tBnuGkIGivqop3E_z4V9o=/200x/center/top/smart/filters:format(jpeg)/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/11071/VIDAS_NO_CARANDIRU_1284495381B.jpg)
O jornalista Humberto Rodrigues foi preso e condenado por um crime que não havia cometido. Coube-lhe – até ser absolvido, um ano e meio depois – viver dias terríveis nas celas do maior presídio da América Latina, o lendário Carandiru. Dessa tragédia nasceu um livro no qual, com um estilo que lembra Graciliano Ramos, mas menos amargo, o autor nos emociona com uma revelação surpreendente – no meio do inferno e convivendo com monstros, ele conseguiu, de forma comovente e bela, encontrar resquícios de esperança e humanidade.
5- Carcereiros, de Dráuzio Varella
![Carcereiros](https://cache.skoob.com.br/local/images//AjW8qnMqIF7K2IhIOujdK5lVIj0=/200x/center/top/smart/filters:format(jpeg)/https://skoob.s3.amazonaws.com/livros/264255/CARCEREIROS_1350327530B.jpg)
Neste livro, Dráuzio Varella conta a perspectiva dos agentes penitenciários acerca da rebelião que antecedeu a entrada da Polícia Militar no Presídio e sua consequente chacina.