Muito se diz que a literatura brasileira contemporânea não é valorizada. E quando é, é sempre pelos motivos errados: polêmicas, prêmios, discussões. Em tudo que se fala da literatura brasileira dos nossos tempos está uma espécie de briga pela sobrevivência e espaço diante de editoras grande que, em geral, pouco valorizam o trabalho dos escritores. Entretanto, ela está viva, ela é incrível e ela pode mudar a vida de toda uma sociedade. Pensando nisso, o NotaTerapia fez uma lista com 8 escritores e escritoras brasileiros contemporâneos menos conhecidos, que circulam pelo circuito alternativo, mas tem obras que você deveria conhecer. A nossa opção por não colocar grandes nomes é justamente para fazer ver aquilo que não visto, e fazer ler aquilo que não foi lido.
Confira a lista:
1- Verônica Stigger
Verônica Stigger (1973) nasceu em Porto Alegre e é jornalista, professora e crítica de arte brasileira. Formou-se em Jornalismo, mas deixou as redações para dedicar-se à pesquisa universitária. Entre suas obras estão O trágico e outras comédias (2003), Gran cabaret demenzial (2007), Os anões (2010), Opisanie swiata (2013) e Sul (2016). Opisanie swiata, seu primeiro romance, é uma espécie de relato de viagens que essa novela se constitui. A história central do livro é a de Opalka, um polonês de cerca de sessenta anos que, em sua terra natal, recebe uma carta por meio da qual descobre que tem um filho no Brasil – mais especificamente, na Amazônia -, internado num hospital em estado grave.
2- Carlito Azevedo
Carlito Azevedo (1961) é carioca e circula entre editor, tradutor, crítico e poeta. Suas poesias tratam de investigar a linguagem nos seus limites e pensar a palavra como uma materialidade. Suas obras são Collapsus linguae (1991), As banhistas (1993), Sob a noite física: poemas (1996), Sublunar (2001), Monogramas (2009), Livro das postagens (2016).
3- Bernardo Carvalho
Bernardo Teixeira de Carvalho (1960) é escritor e tradutor. Bernardo Carvalho teve o seu livro Mongólia distinguido com o Prêmio APCA da Associação Paulista dos Críticos de Arte, edição 2003, bem como o Prêmio Jabuti de 2004, ambos na categoria romance. Mais tarde, em 2014, receberia novamente o Jabuti por Reprodução, também na categoria romance[1]. Antes, ele recebeu, a meias com Dalton Trevisan (Pico na Veia), o Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, com o romance Nove Noites. Entre suas obras estão: Mongólia (2003), O Sol se Põe em São Paulo (2007),O Filho da Mãe (2009), Reprodução (2013), Simpatia pelo demônio (2016).
4- Nuno Ramos
Nuno Ramos (1960) é pintor, desenhista, escultor, cenógrafo, ensaísta e videomaker. Para compor suas obras, o artista emprega diferentes suportes e materiais, e trabalha com gravura, pintura, fotografia, instalação, poesia e vídeo. Entre suas obras estão Ó (2008), Junco, 2011), Cujo (1993), Sermões (2015).
5- Manoel Ricardo de Lima
Manoel Ricardo de Lima nasceu em Parnaíba, no Piauí [1970]. É professor de Literatura Brasileira, na Unirio. Publicou Falas inacabadas – objetos e um poema [um livro-transparência com a artista visual Elida Tessler], Embrulho e Quando todos os acidentes acontecem [poemas]; Entre percurso e vanguarda – alguma poesia de P. Leminski, 55 começos e Fazer, lugar – a poesia de Ruy Belo [ensaios] e Jogo de varetas [narrativas] e As Mãos (romance). Organizou Edifício Rogério – textos críticos de Rogério Sganzerla [com Sérgio Medeiros] e as coletâneas A visita [com Isabella Marcatti] e A nossos pés – poemas para Ana Cristina Cesar. Por enquanto mora no Rio de Janeiro. Seu romance As Mãos é um dos romances contemporâneos mais lindos e singelos.
6- Julia Studart
Júlia Studart nasceu em Fortaleza em 1979. É professora da Escola de Letras da unirio. Publicou os livros Wittgenstein & Will Eisner, se numa cidade suas formas de vida (Lumme, 2006), Livro segredo e infâmia (Editora da Casa, 2007) e Arquivo debilitado – o gesto de Evandro Affonso Ferreira (Dobra, 2012). Logomaquia é seu primeiro livro de poesia e, provavelmente, o melhor lançamento do ano de 2016.
7- Fernando Mantelli
Fernando Mantelli (1964) é um publicitário, escritor e cineasta. Seus livros publicados são Raiva nos Raios de Sol (2008) e Feliz Fim do Mundo (2016). No cinema, sua obra mais conhecida é Mar Inquieto (2016)
8- Ieda Magri
Ieda Magri nasceu em 1977, em Santa Catarina. Hoje mora no Rio de Janeiro e faz doutorado em Literatura Brasileira, na UFRJ. Seus livros investigam, ao mesmo tempo, a materialidade da palavra diante do tempo, da memória e das histórias. Seus livros publicados são Tinha Uma Coisa Aqui, Ninguém e Olhos de Bicho.