Príncipe Lestat – As Crônicas Vampirescas, de Anne Rice, é uma espécie de presente da autora para os fãs de suas obras anteriores, como Entrevista com o Vampiro, O Vampiro Lestat e A Rainha dos Condenados, entre outras. Nesta obra, a autora começa nos contando sobre o presente do mais que anti-herói Lestat e depois vai, capítulo a capítulo, reapresentando todas as personagens famosas que já passaram pelas demais obras como Armand, Louis, Marius, Sybelle, Pandora. Aos poucos, vamos percebendo que, em nosso tempo, tanto Lestat como os demais vivem uma nova ameaça: uma voz joga vampiros contra vampiros, pedindo para incendiá-los. Isto, aos poucos, vai se tornando uma grande ameaça para as pessoas do Sangue e elas se vêem diante de um thriller assustador em busca de saídas. Leia mais AQUI!
O NotaTerapia separou as melhores frases da obra:
“Lembre-se sempre”, disse ele, “que nada é tão precioso para nós como o magnífico dom da vida. Deixe a lua e as estrelas sempre lembrá-la disto: que apesar de sermos criaturas minúsculas neste universo, estamos cheios de vida.
E então? Sim, você tem razão, aqueles de nós que são conhecidos de todos hoje em dia são românticos. Nós somos. Nós somos poetas. Porém somos indivíduos, com uma imensa fé no indivíduo e um amor pelo indivíduo.
O que é que isso importa? Claudia tinha morrido, injustamente. Louis tinha sobrevivido. Os livros estavam cheios de histórias de outros seres mais velhos e poderosos Então, onde estavam eles agora, estes grandes sobreviventes do massacre da Rainha Akasha? E quantos como Antoine estão vagando pelo mundo, fracos, com medo, sem companheiros e sem a consolação do amor, apegando-se à própria existência?”
Eu não queria que eles soubessem como eu estava me sentindo. Na verdade, eu não queria que ninguém soubesse como estava me sentindo. Então fiquei rígido e quieto e olhei pela janela enquanto Paris passava veloz ao nosso redor com toda a inesgotável e imortal energia de uma grande capital.
Ela disse uma vez, como eu acredito que eu tenho contado a vocês, que todas as instituições que dependiam de sigilo estão agora ameaçadas. Ela disse que nenhum sistema baseado em coisas ocultas ou conhecimentos esotéricos sobreviveria a esta época. Nenhuma nova religião revelada poderia ter espaço nesses tempos. E nenhum grupo que dependesse de propósitos ocultos poderia sobreviver. (…) “Os seres humanos não mudarão fundamentalmente”, disse ela. “Eles irão se adaptar. E à medida que forem se adaptando eles explorarão incessantemente todos os mistérios até descobrirem os fundamentos por trás de cada um deles.
O sangue era doce de inocência, com profunda convicções de harmonia entre todas as criaturas do planeta, com algum exaltado senso de que aquele encontro que nublava sua mente e por fim a deixara paralisada devia ter algum significado. Do contrário, como uma coisa como aquela poderia acontecer com ela?
Entretanto, logo suas palavras se perderam, ele não estava mais pensando em palavras ou em sílabas, mas apenas na música, apenas nas notas latejantes. E oscilava tresloucado enquanto tocava. E não se importava mais se sua aparência ou seu som eram humanos e, no fundo do seu coração, estava ciente de que, caso viesse a morrer naquele momento não ficaria revoltado, nenhuma molécula do seu ser ficaria revoltada porque a sentença de morte viria para ele a partir de sua própria mão e pelo que ele verdadeiramente era. Aquela música era o que ele verdadeiramente era.
Silêncio.
E assim a história das origens e batalhas antigas, de poderes e fraquezas vampíricas, e das guerras pelo controlo do Sangue Negro tornaram-se o conhecimento comum da tribo dos mortos-vivos em todo o mundo. Tornaram-se a propriedade dos antigos que tinham estado em coma durante séculos em cavernas ou covas, de jovens perdidos nas selvas ou pântanos ou favelas urbanas que nunca tinha sonhado sobre antecedentes. Tornaram-se propriedade de sobreviventes sábios e secretos que tinham vivido em isolamento através dos tempos.
Tornaram-se o legado de todos os bebedores de sangue de todo o mundo para saberem que eles compartilhavam um elo comum, uma história comum, uma raiz comum.
Este é o conto de como esse conhecimento mudou a tribo e seu destino para sempre.