A série Ilustre Leitor, conduzida por Márcio Debellian, recebeu em 2011, no SESC Bom Retiro, em São Paulo, o cantor e compositor Zeca Baleiro para conversar sobre literatura. Ele comentou sobre a carreira musical e suas composições e indicou os 10 livros preferidos. Confira:
1.O homem que calculava, de Malba Tahan
Sinopse: A matemática recreativa apresentada em O homem que calculava é, certamente, menos dolorosa que a fria e doutoral ensinada nos colégios. Malba Tahan (pseudônimo do professor Júlio César de Mello e Souza) conseguiu realizar quase que um milagre, uma mágica: unir ciência e ficção e acertar. Seu talento e sua prodigiosa imaginação são capazes de criar personagens e situações de grande apelo popular, o que explica seu imenso sucesso. O homem que calculava é uma oportunidade para os aficionados dos algarismos e jogos matemáticos se deliciarem com os vários capítulos lúdicos da obra. Tahan narra a história de Bereniz Samir, um viajante com o dom intuitivo da matemática, manejando os números com a facilidade de um ilusionista. Problemas aparentemente sem solução tornam-se de uma transparente simplicidade quando expostos a ele. Gráficos facilitam ainda mais a leitura do livro. Uma pequena obra-prima da literatura infanto-juvenil.
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2. O estrangeiro, de Albert Camus
Sinopse: O estrangeiro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental.
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3. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Sinopse: Em 1881, Machado de Assis lançou aquele que seria um divisor de águas não só em sua obra, mas na literatura brasileira: Memórias póstumas de Brás Cubas . Ao mesmo tempo em que marca a fase mais madura do autor, o livro é considerado a transição do romantismo para o realismo. Num primeiro momento, a prosa fragmentária e livre de Memórias póstumas , misturando elegância e abuso, refinamento e humor negro, causou estranheza, inclusive entre a crítica. Com o tempo, no entanto, o defunto autor que dedica sua obra ao verme que primeiro roeu as frias carnes de seu cadáver tornou-se um dos personagens mais populares da nossa literatura.
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4. Antologia Poética, de Manuel Bandeira
Sinopse: Organizada pelo próprio Manuel Bandeira em 1961, esta “Antologia poética” traz o conflito entre o moderno e o canônico, as brincadeiras com os temas da vida e da morte e a sua extrema sensibilidade aliada a um domínio técnico apurado. Segundo os estudiosos, Manuel Bandeira, em sua poesia, abandonou o tom retórico de seus predecessores e usou a fala coloquial para tratar, com objetividade e humor, de temas triviais e eventos do dia a dia. Apesar de sua refinada sensibilidade, que remonta aos clássicos portugueses, o autor era capaz, também, de se fascinar com o insólito e o corriqueiro.
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5. Com meus olhos de cão, de Hilda Hilst
Sinopse: Em Com Os Meus Olhos De Cão nos encontramos com uma autora absolutamente madura, orquestrando com vigor todos os domínios técnicos da escrita. Como já se sugeriu, a prosa de Hilda é poética, o que se evidencia em qualquer fragmento do texto, que mistura poemas, diálogos e prosa propriamente dita. Retomando recursos anteriormente já experimentados, a autora também multiplica os narradores, tornando ambíguos os enunciadores e criando relações fantasmáticas entre eles, podendo inclusive se replicar em diversos alter egos. O leitor tem que estar atento, pois a passagem de um narrador para outro ou entre presente e passado não é efetuada por procedimentos óbvios da prosa, cabendo ir desmontando, frase após frase, os enunciadores.
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6. Melhores poemas, de Murilo Mendes
Sinopse: Surrealista, barroco, visionário, Murilo Mendes foi uma das vozes poéticas mais pessoais e inovadoras do modernismo brasileiro. Desde a sua estreia, revelou-se um poeta original, qualidade que o seu longo processo de evolução iria acentuar, até a última fase de sua poesia, marcada pelo sentido de fraternidade e comunhão humana.
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7. Toda Poesia, de Ferreira Gullar
Sinopse: Toda poesia reúne os dez livros de poemas de Ferreira Gullar, publicados ao longo de quase sessenta anos ― de A luta corporal , de 1954, até Em alguma parte alguma , de 2010 ―, tendo como base a edição revista pelo próprio poeta. No posfácio escrito especialmente para este volume, Antonio Cicero destaca a vasta dimensão da produção do autor de Poema sujo , que inclui “não apenas a beleza, mas a contingência, a precariedade, a banalidade, a feiura, a morte mesma que fazem parte essencial dessa experiência”.
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8. A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares
Sinopse: Um cidadão venezuelano se esconde em uma ilha deserta para fugir de uma condenação legal. Porém, aos poucos, ele percebe que o local é povoado por figuras humanas distantes. Coisas estranhas começam acontecer e as pessoas ali presentes parecem repetir cenas como se estivessem presas em um universo cinematográfico. Enquanto se alimenta de raízes de efeitos desconhecidos, o expatriado se vê cada vez mais confuso entre a realidade e a imaginação e começa a fazer notas de suas impressões. Publicado originalmente em 1940, o primeiro e mais famoso romance do escritor argentino Adolfo Bioy Casares é um misto de literatura fantástica e narrativa psicológica. A invenção de Morel é, sobretudo, uma reflexão sobre as consequências da solidão, dos avanços tecnológicos na psicologia humana e do desejo de imortalidade.
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9. As portas da percepção, de Aldous Huxley
Sinopse: Publicado pela primeira vez em 1954, o livro antecipou as experiências psicodélicas que marcaram os escritores da geração Beat e o rock n’ roll na década de 1960. A edição da Biblioteca Azul traz As portas da percepção e Céu e inferno em novas traduções e posfácio do neurocientista Sidarta Ribeiro sobre a morte de Huxley. Com a inteligência característica de sua prosa, Huxley fala sobre suas expectativas ao usar mescalina e descreve suas sensações e pensamentos ao observar objetos cotidianos e ao ouvir música. O escritor conclui que os sentidos servem como um filtro, de forma que as pessoas percebam o necessário para garantir sua sobrevivência, sem contemplar nuances e detalhes da realidade. Huxley também divaga sobre o tempo, as religiões e sobre como a alteração da consciência é usada como uma maneira de alcançar a transcendência.
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10. Iniciantes, de Raymond Carver
Sinopse: Apesar de falar de gente normal sem traços de genialidade, heroísmo ou arroubos românticos, o que mais impressiona na obra de Raymond Carver é o caráter descentrado de seus personagens, “caipiras de shopping center”, como os chamou seu primeiro editor. São basicamente histórias de alcoolismo e de casamentos em ruínas, protagonizadas por figuras anônimas da classe trabalhadora envolvidas em sua luta inglória e quase sempre perdida por uma vida dentro dos inalcançáveis padrões do sonho americano.
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